SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Após confusão na escolha do samba enredo para o desfile de Carnaval em 2017, o cantor e compositor Osvaldo Alves Pereira, o Noca da Portela, 83 anos, anunciou seu afastamento da escola de samba que carrega no nome artístico e a qual se dedica há 50 anos. Ele afirmou nas redes sociais que foi desrespeitado, apesar de ser um baluarte da agremiação.
"Não é questão de ganhar ou perder, pois já passei por isso muitas vezes", disse o compositor sobre a derrota sofrida pelo samba que assinou com parceiros. "O que me deixa indignado é a falta de ética que acontece por parte de alguns membros da diretoria. Nossa ala de compositores não está sendo respeitada", continuou.
Segundo Noca, integrante da Velha Guarda, após o anúncio do samba campeão alguns de seus parceiros desceram do palco e foram atingidos por baldes e latas de cerveja. Ele afirmou ainda que o resultado do concurso, realizado na madrugada de sábado, já "corria" pelo Rio de Janeiro de forma antecipada.
Depois do anúncio do samba escolhido, houve uma briga generalizada na quadra da Portela. Logo após a confusão, o presidente da escola, Luís Carlos Magalhães, afirmou que os envolvidos serão expulsos da ala de compositores da agremiação e negou a possibilidade de fraude.
"O amor à Portela sempre existirá em nossos corações, mas enquanto essa diretoria estiver presente eu estarei me ausentando da escola, já sou um senhor de idade para ficar passando por essa situação", rebateu Noca.
A escolha do samba enredo ocorreu menos de um mês após o assassinato de Marcos Falcon (PP), presidente da Portela que disputava a eleição para vereador no Rio. Falcon foi assassinado a tiros no dia 26 de setembro, a poucos dias da eleição, dentro do seu comitê de campanha. Ele também era policial militar.
A azul e branco, tradicional escola de samba da zona norte do Rio, vai desfilar na segunda-feira de Carnaval com o enredo "Foi um rio que passou em minha vida e se deixou levar", do carnavalesco Paulo Barros.
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