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ATUALIZADA - Brasil quer triplicar comércio com a Índia

ISABEL FLECK, ENVIADA ESPECIAL GOA, ÍNDIA (FOLHAPRESS) - De um lado, a Índia, com crescimento de mais de 7% e um mercado de 1,3 bilhão de consumidores. Do outro, o Brasil, com PIB que ainda deve registrar queda em torno dos 3% neste ano e um deficit no co

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 15.10.2016, 12:40:10 Editado em 15.10.2016, 12:40:09
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ISABEL FLECK, ENVIADA ESPECIAL

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GOA, ÍNDIA (FOLHAPRESS) - De um lado, a Índia, com crescimento de mais de 7% e um mercado de 1,3 bilhão de consumidores. Do outro, o Brasil, com PIB que ainda deve registrar queda em torno dos 3% neste ano e um deficit no comércio bilateral com o país asiático de mais de US$ 670 milhões (R$ 2,1 bilhão).

A disparidade, mais acentuada desde 2015, mostrou a necessidade de se estimular, entre empresários brasileiros, maior volume de comércio e investimentos com o parceiro que, percentualmente, mais cresce nos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

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No sábado (15), ao chegar com o presidente Michel Temer no Estado indiano de Goa para a cúpula dos BRICS, o chanceler José Serra disse que o comércio com a Índia pode ser "triplicado" nos próximos anos.

"Há um potencial imenso. [A balança comercial] deve estar entre US$ 7 bilhões e 8,5 bilhões. Isso pode ser duplicado, triplicado ao longo dos anos", afirmou Serra.

Segundo estimativa do Conselho Nacional de Pesquisa em Economia Aplicada, da Índia, a classe média do país -de famílias com renda anual entre US$ 4.500 e US$ 25.400, que poderiam ser um mercado em potencial para o Brasil- soma cerca de 267 milhões de pessoas.

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O número é maior do que as populações totais de Japão, Alemanha e Argentina, que recebem um volume bem maior de exportações brasileiras do que a Índia.

Temer e o premiê indiano, Narendra Modi, se encontram nesta segunda (17), quando assinam um acordo de cooperação e facilitação de investimentos para reduzir a burocracia e oferecer proteção jurídica aos empresários.

Na sequência, os dois receberão empresários dos dois países -do lado brasileiro, estarão representantes da Vale, da Marcopolo e de empresas de softwares e de engenharia elétrica e automação.

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"Percebi que tanto os empresários brasileiros como os indianos querem investir, mas há uma falta de clareza e de transparência e de previsibilidade jurídica. Isso faz com que alguns deles se afastem", disse, no sábado, o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, que também participou de encontros com empresários dos BRICS em Nova Déli durante a semana.

Para o embaixador Fausto Godoy, hoje coordenador do Núcleo de Estudos e Negócios Asiáticos da ESPM, no entanto, há uma "miopia absoluta" do governo e do empresariado sobre oportunidades na Índia e em todo o continente.

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"Falta um maior acercamento de culturas. É um mercado enorme, de que os brasileiros não estão se dando conta.", diz Godoy.

Setores como o de alimentos processados, aviação civil, energia e mineração são alguns dos que oferecem boas oportunidades para os brasileiros. "Alimentos processados exportamos muito pouco, poderia exportar muitíssimo mais", observa o presidente da Câmara de Comércio Brasil-Índia, Roberto Paranhos. "Em um país de 1,3 bilhão de habitantes, a questão é achar o nicho certo."

Hoje, as exportações brasileiras para a Índia são compostas basicamente de commodities, enquanto os indianos vendem muito mais produtos manufaturados.

No fim de setembro, a secretária-adjunta do Comércio da Índia, Anita Praveen, visitou o Brasil para promover o programa de investimentos "Make in India", que reduziu a burocracia para estrangeiros empreenderem no país.

"Agora os investidores estão totalmente fora da burocracia, então não é preciso passar por tantas aprovações", disse Praveen à Folha. "Mas queremos que mais investidores brasileiros viajem para a Índia."

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