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Em debate, Julián Fuks lê carta para o mentor Mia Couto

MAURÍCIO MEIRELES SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O escritor paulistano Julián Fuks leu, na noite desta quarta-feira (28), em debate com Mia Couto, uma carta que escreveu para o autor moçambicano. Os dois se encontraram no Sesc Vila Mariana para uma leitura

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 28.09.2016, 23:51:59 Editado em 28.09.2016, 23:55:09
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MAURÍCIO MEIRELES

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O escritor paulistano Julián Fuks leu, na noite desta quarta-feira (28), em debate com Mia Couto, uma carta que escreveu para o autor moçambicano. Os dois se encontraram no Sesc Vila Mariana para uma leitura de "Sombras da Água", livro que Couto lança no Brasil.

O encontro, com mediação do editor Luiz Schwarcz, faz parte da série de debates em comemoração dos 30 anos da Companhia das Letras. Entre uma fala e outra, houve apresentações da cantora Fabiana Cozza. O debate foi encerrado com a cantora moçambicana Lenna Bahule.

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O moçambicano tem atuado como mentor do brasileiro em um programa de mecenato patrocinado por uma famosa marca de relógios. Fuks é o primeiro autor nacional a participar.

"Hoje me perguntar como será a narrativa deste presente que tanto nos inquieta, deste tempo de tantos golpes e ardis que nos afligem", leu Fuks, na carta em que também comentava a obra e Couto.

"A você talvez caiba perguntar se deve o escritor se ocupar do presente (...). É assim que podemos chegar a nos compreender, reescrevendo as muitas histórias ocultas debaixo da história oficial?"

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Mia Couto arrancou risos da plateia ao afirmar que não saberia responder à pergunta. "Devemos nos ocupar do presente? Devemos ser ocupados por ele. Estar disponíveis para esses vários presentes. Devíamos falar no plural: os passados, os presentes, os futuros que dependem da classe social", afirmou o moçambicano.

O tema de lembrança e do esquecimento foi explorado mais um pouco no encontro. Mia Couto contou que, ao fazer a pesquisa para seu novo livro, foi a uma região onde havia descendentes de escravos e percebeu que ninguém tinha a memória dos tempos do tráfico negreiro.

"Até que um chefe local me mandou embora. Disse 'Não pergunte mais nada. Aqui estão todos misturado, filhos de escravizados e de escravizadores, e queremos esquecer tudo junto'", contou o autor.

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O moçambicano contou ainda de seu pai, o poeta Fernando Couto, como o escritor que mais o influenciou.

"Mais que um poeta, era a própria poesia personificada nessa figura. Minha casa era uma casa de histórias contadas na cabeceira da cama. A magia dessas histórias foi minha professora", disse.

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