DIOGO BERCITO
MADRI, ESPANHA (FOLHAPRESS) - Uma revoada de águias está a postos na Holanda para caçar uma presa que, até agora, não constava de seu cardápio: drones. Preocupada com ameaças à segurança, a polícia local treinou essas aves para interceptar pequenos aviões não tripulados.
A Holanda será pioneira nessa estratégia, em teste desde 2015 e agora pronta para ser acionada. As águias serão especialmente úteis durante grandes eventos públicos, como a visita de líderes internacionais, ou quando houver drones voando próximos a aeroportos.
Em 2013, um drone pousou diante de Angela Merkel, chanceler alemã. Em 2015, um avião não tripulado caiu no escritório de Shinzo Abe, premiê japonês.
Um porta-voz da polícia holandesa afirmou a repórteres, após a primeira demonstração pública do bando, que as águias foram treinadas para enxergar drones como suas presas. Elas capturam as aeronaves com suas garras e trazem o objeto ao solo.
Organizações de defesa dos animais criticam, no entanto, a tática. Caçar os aviões não tripulados pode, afinal, ferir esses pássaros.
A Holanda está treinando cem policiais para esse trabalho. As aves compradas pelo governo têm, por ora, cinco meses de idade. No meio-tempo, as forças de segurança vão utilizar as águias fornecidas pela firma local Guard From Above.
A reportagem da Folha de S.Paulo entrou em contato com a empresa, que afirmou não ter disponibilidade para comentar o treinamento. A polícia holandesa não respondeu a pedidos de entrevista.
As águias não são a única estratégia disponível para inutilizar drones. Há aeronaves capazes de interceptá-los, por exemplo. Mas as aves são uma solução de baixa tecnologia para essa ameaça, segundo a polícia.
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