SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - No terceiro ataque a civis na Alemanha em uma semana, um homem matou uma mulher e feriu outras duas pessoas com um facão na cidade de Reutlingen, no sul da Alemanha, neste domingo (24).
Não há indicações, segundo os investigadores, de que a ação deste domingo tenha alguma ligação com terrorismo.
O primeiro dos três ataques, no dia 18 -em que um adolescente afegão de 17 anos armado com um machado e uma faca feriu quatro pessoas em um trem na cidade de Würzburg (sul)- foi reivindicado pelo Estado Islâmico.
No segundo, na última sexta (22), em que um atirador de 18 anos matou nove pessoas em Munique, a hipótese de terrorismo foi descartada.
No ataque da tarde deste domingo, um sírio de 21 anos -que não teve o nome divulgado até as 20h30 de hoje- discutiu com uma mulher do lado de fora de uma kebaberia na rodoviária central de Reutlingen antes de matá-la com o facão.
A vítima seria funcionária do restaurante. Ao tentar fugir, o sírio ainda feriu um homem e uma mulher. Ele foi preso na sequência.
O autor do ataque havia solicitado refúgio no país. O adolescente afegão autor do primeiro ataque estava na mesma situação. Ele foi morto por policiais.
O sírio já teria se envolvido em incidentes menores, "causando ferimentos a outras pessoas", e aparentemente agiu sozinho neste domingo, segundo a polícia.
Não foram divulgados dados de quando ele chegou à Alemanha ou de quando ocorreram os outros delitos.
Uma testemunha disse ao tabloide "Bild" que o sírio estava "completamente louco" e teria ido para cima do carro da polícia com seu facão. Ela ainda afirmou que um motorista que passava pelo local teria atropelado o autor do ataque antes de ele ser detido pelos agentes.
Munique
Neste domingo, a polícia alemã informou que o autor do tiroteio em Munique, o alemão-iraniano Ali David Sonboly, preparou o ataque de sexta durante um ano.
"Ele preparou seu ataque durante um ano e não escolheu especificamente quem mataria", declarou Robert Heimberger, chefe da polícia da Bavaria, a jornalistas.
A polícia considera que o atirador tenha sido influenciado pelo massacre na cidade de Winnenden, no sudoeste da Alemanha, em março de 2009, quando um jovem de 17 anos matou 15 pessoas e depois se suicidou.
"As primeiras observações levam à conclusão que ele se interessou por este ato. Foi visitar a cidade há um ano e tirou fotos", explicou Heimberger. "Em seguida, planejou seu próprio ato de matança."
Sonboly tinha histórico de depressão e ficou internado durante dois meses em 2015 para tratamento psiquiátrico. Em uma busca em seu apartamento, a polícia descobriu que ele era obcecado por massacres.
Ainda neste domingo, um afegão de 16 anos foi detido por suspeita de ligação com o ataque de Munique.
Segundo a polícia, ele pode ter ajudado Sonboly a postar o convite, por meio de uma conta de Facebook hackeada, que prometia sanduíches de graça a quem fosse à lanchonete na região onde se deu o ataque às 16h de sexta (hora local).
Ele também será investigado por não ter revelado os planos de Sonboly à polícia.
Nos jornais deste domingo, autoridades alemãs, como o vice-chanceler Sigmar Gabriel, pediram controle rígido na venda de armas no país.
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