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Nova versão de base curricular altera propostas para ensino médio e infantil

NATÁLIA CANCIAN BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Após receber críticas e mais de 12 milhões de sugestões em consulta pública, o Ministério da Educação divulgou nesta terça-feira (3) uma nova versão da proposta de uma base nacional curricular, documento que de

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 03.05.2016, 20:35:12 Editado em 27.04.2020, 19:50:50
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NATÁLIA CANCIAN
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Após receber críticas e mais de 12 milhões de sugestões em consulta pública, o Ministério da Educação divulgou nesta terça-feira (3) uma nova versão da proposta de uma base nacional curricular, documento que definirá os conteúdos mínimos a serem ensinados nas escolas das redes pública e privada do país.
Entre as principais mudanças, está uma proposta de flexibilização do currículo do ensino médio, que passa a ser composto por "unidades curriculares" e com maior ligação com a formação profissional.
Na prática, segundo o ministro Aloizio Mercadante, a medida retira a divisão dos conteúdos por ano e dá a possibilidade de que a organização do ensino seja feita pelas escolas. "Não é uma estrutura seriada. Isso significa que há um conjunto de disciplinas articuladas e não é preciso implementá-las de forma seriada e sequenciada. Há mais liberdade para compor o currículo", afirma.
Além de mais flexível, a nova proposta, de acordo com o MEC, permite uma maior ligação do currículo com atividades e conteúdos que levam à formação profissional e tecnológica, possibilidade que não existia na primeira versão.
Dados da pasta indicam que 80% dos egressos do ensino médio vão para o mercado de trabalho após a formação escolar -daí a ideia de estimular a formação técnica, informa.
Na outra ponta, a nova proposta de uma base curricular também traz mudanças nas estratégias para a educação infantil. Antes dividida por um conteúdo único, a etapa, agora, passa a ter objetivos de aprendizagem separados por faixas etárias (de 0 a 18 meses, de 19 meses a 3 anos e 11 meses, além de 4 e 5 anos).
O conteúdo também ganha apoio para incentivar a alfabetização e a transição para o ensino fundamental, segundo apresentação feita por especialistas ligados ao MEC nesta terça-feira.
PONTOS POLÊMICOS
A primeira proposta de uma base curricular comum para as escolas do país havia sido apresentada em setembro de 2015, por meio de consulta pública. Em seis meses, mais de 12 milhões de sugestões foram recebidas.
A apresentação de uma nova versão ocorre após críticas de especialistas que viam problemas no primeiro documento, como falta de relação entre os conteúdos, pontos com interferência ideológica e ausência de temas considerados importantes para a formação dos alunos.
Português, por exemplo, ganhou reforço na gramática e em literatura na nova proposta, de acordo com o MEC. A alteração ocorreu após críticas de que esses conteúdos estavam pouco presentes.
Outro eixo que recebeu mudanças foi o de ciências humanas, em especial os conteúdos de história, um dos principais pontos de questionamentos por especialistas durante análise da proposta anterior.
A crítica era que o novo modelo tinha maior ênfase na história da África e das Américas, mas pouca atenção à história antiga europeia, por exemplo, diferente do padrão adotado hoje na maioria das escolas.
Agora, a nova versão volta a apresentar esse conteúdo. "O ponto central do debate é que a história precisa valorizar a antiguidade clássica. Precisa valorizar nosso pertencimento ao mundo ocidental, mas incorporar novas dimensões, sobretudo a história da África e também a contribuição dos povos indígenas", diz Mercadante.
MAIS AMPLO
Ao todo, o novo documento que poderá nortear os conteúdos ensinados em sala de aula tem 676 páginas - mais do que o dobro da anterior, com 302 páginas. Ambas as propostas foram construídas por 116 especialistas, divididos em 29 comissões.
Apesar da aparente ampliação, o secretário de educação básica, Manuel Palácios, diz que houve um certo "enxugamento" na proposta curricular. A mudança, assim, seria nos textos introdutórios de cada área do conhecimento, com o objetivo de deixar mais claro os objetivos da proposta.
A construção de uma base nacional de ensino é uma das metas do Plano Nacional de Educação. A estimativa é que o documento esteja finalizado até o fim deste ano. Até lá, a nova versão deve passar por análise do Conselho Nacional de Educação e receber contribuições de Estados e municípios, por meio de seminários específicos sobre o tema.
Segundo o ministro Aloizio Mercadante, a ideia é que os currículos sejam implementados em 2018.
"GOLPE" E "LUTA"
Durante o evento de lançamento da proposta, o ministro evitou comentar sobre o momento político e ressaltou que a construção de uma base curricular faz parte de uma política de Estado. "Mas uma coisa eu não posso deixar de falar: não vai ter golpe na base nacional comum. E se tiver, vai ter luta", afirmou.
O presidente do Conselho Nacional de Educação, Gilberto Garcia, também afirmou que a base "tem que estar acima do interesse de governos". Representantes dos secretários municipais e estaduais também defenderam a adoção de uma base comum de ensino.
"Já temos superada a discussão de ter ou não uma base. Estamos em busca de um modelo que seja melhor para o país e de trabalhar para que as distâncias que existem sejam minimizadas", afirmou no evento Aléssio Costa Lima, da Undime, entidade que representa os dirigentes municipais de educação.
"Diferentemente das críticas de quem diz que a base engessa, vemos a base como espaço de flexibilidade para que seja contemplada a cultura regional", completa.

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