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No Chile, é lançada pedra fundamental de nova base antártica brasileira

MARCELO LEITE, ENVIADO ESPECIAL PUNTA ARENAS, CHILE (FOLHAPRESS) - Os ministros Aldo Rebelo (Defesa) e Celso Pansera (Ciência, Tecnologia e Inovação) lançaram nesta segunda-feira (29) a pedra fundamental da nova base brasileira na Antártida. A anterior,

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 29.02.2016, 17:15:11 Editado em 27.04.2020, 19:52:36
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MARCELO LEITE, ENVIADO ESPECIAL
PUNTA ARENAS, CHILE (FOLHAPRESS) - Os ministros Aldo Rebelo (Defesa) e Celso Pansera (Ciência, Tecnologia e Inovação) lançaram nesta segunda-feira (29) a pedra fundamental da nova base brasileira na Antártida. A anterior, Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF), incendiou-se em 2012, com a morte de dois militares.
A cerimônia de lançamento, porém, ocorreu no continente sul-americano, a mais de mil quilômetros de distância. Foi no Instituto Antártico Chileno (Inach) em Punta Arenas, vizinho do hotel Cabo de Hornos, onde se hospeda a comitiva ministerial.
Não era esse o plano. Os ministros, acompanhados de congêneres chilenos e outras autoridades, deveriam participar do evento junto às fundações da nova EACF, no mesmo lugar da incendiada.
O tempo na península Antártica, porém, atrapalhou. Um avião Hércules C-130 da Força Aérea Brasileira (FAB) levaria as autoridades da estação chilena Eduardo Frei, de onde seguiriam de helicóptero para a baía do Almirantado e a ilha do Rei Jorge, local da cerimônia.
O teto de apenas 500 pés (150 metros), segundo o último boletim de Frei, impediu a decolagem para pouso, três horas depois, na pista de cascalho. Pela mesma razão, fez meia volta no domingo (28) o voo que levaria a reportagem à EACF, que hoje opera com módulos antárticos emergenciais (contêineres).
O concurso para projetar a nova estação foi vencido pelo Estúdio 41, escritório de arquitetura de Curitiba. Em agosto de 2015 o governo brasileiro firmou contrato para construção com a firma chinesa Ceiec (China Electronic Imports and Exports Corporation).
"Se não foi o mais rápido que poderia ter sido feito, foi o mais rápido que pudemos realizar", afirmou o ministro Rebelo, da Defesa. Pansera, do MCTI, afirmou que "é fundamental para a ciência brasileira que a estação antártica continue funcionando".
As obras começaram em dezembro, com trabalhos de geotecnia. Quando ficar pronta, o que está previsto para 2018, a nova EACF terá um total de 4.500 metros quadrados, 17 laboratórios e abrigará até 64 pessoas, entre pesquisadores e militares.
Logo após o incêndio de 2012, a previsão era ter a nova base pronta em 2015. Novos atrasos podem ocorrer, por força das restrições orçamentárias enfrentadas pelo governo federal.
Além de R$ 137,5 milhões rubricados no Orçamento deste ano, o Plano Plurianual 2016-2019 prevê R$ 300 milhões para reconstrução em 2017 e 2018. No ano passado, contudo, dos R$ 120 milhões destinados, apenas R$ 4,6 milhões foram efetivamente desembolsados.
Rebelo negou, porém, que cortes orçamentários possam prejudicar o cronograma: "Os recursos não são recursos que comprometam esforço de austeridade, de ajuste".
O gasto reduzido em 2015, segundo ele, não se deveu a cortes, mas a atraso no início da construção. "Agora a obra está contratada. Na verdade, em realização", disse Rebelo, que também já ocupou a pasta da Ciência no governo Dilma Rousseff (PT).
"Quando eu estava no MCTI, esse projeto já era considerado, ao lado do submarino que estamos fazendo com a França, uma das prioridades do governo."
PESQUISA
Pansera, do MCTI, disse que não faltarão recursos para a pesquisa, pelo menos não para os projetos mais estratégicos. Admitiu só que pode haver redução em verbas para custeio - exatamente o que preocupa cientistas antárticos.
"Nós não devemos parar nenhum projeto neste ano", afirmou Pansera.
"Nós temos uma expectativa muito grande de novos recursos do empréstimo do BID, que não atende a Antártida, mas ajuda a cobrir outras áreas e libera recursos que podem ser usados em outras parte."
A finalidade oficial da EACF é realizar estudos científicos, condição obrigatória para que países sejam aceitos no Tratado da Antártica, de 1959. O Brasil foi aceito como membro em 1983, um ano após a criação do Programa Antártico (Proantar).
O tratado suspendeu todas as reivindicações territoriais sobre a Antártida e sua militarização. Determina que o continente seja reservado para pesquisa científica e preservação ambiental.
Mas o que mais se vê por ali são militares, convocados para dar apoio logístico aos cientistas. No caso do Brasil, a tarefa cabe à Marinha, com apoio da FAB.

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O jornalista MARCELO LEITE viajaria de Punta Arenas (Chile) à Antártida a convite do Ministério da Defesa

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