SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ministro do Interior da França, Bernard Cazeneuve, classificou nesta quinta-feira (25) de "estranha" a decisão da Bélgica de restabelecer os controles em suas fronteiras com a França como forma de enfrentar os deslocamentos de migrantes procedentes da chamada "selva" de Calais.
"Esta decisão é estranha para nós, e suas motivações também são", declarou Cazeneuve a jornalistas ao chegar a uma reunião com seus colegas europeus em Bruxelas (Bélgica), que seria dedicada em grande parte à crise migratória.
A Bélgica anunciou na terça-feira (23) que restabelecerá temporariamente os controles na fronteira com a França para enfrentar uma possível onda de chegadas de refugiados procedentes do acampamento da cidade de Calais, na costa do canal da Mancha, onde acredita-se haja 3.700 migrantes.
"Não fomos avisados", lamentou nesta quinta-feira o ministro francês.
DESALOJADOS
A França anunciou que desalojará parte do acampamento de Calais, onde os migrantes, em sua maioria originários do leste da África, do Oriente Médio e do Afeganistão, aguardam em condições muito precárias para tentar cruzar par o Reino Unido.
Um tribunal administrativo francês admitiu um recurso apresentado na terça por um grupo de migrantes e associações, o que fez adiar o desalojamento da "selva".
O endurecimento dos controles no Canal da Mancha fez com que a rota dos migrantes fosse desviada para o porto belga de Zeebrugge.
ONDE FICAM CALAIS E ZEEBRUGGE
"Queremos evitar a qualquer custo acampamentos como o de Calais na Bélgica. Trata-se de manter a ordem", já declarara na terça-feira o ministro do Interior da Bélgica, Jan Jambon.
Cazeneuve classificou o desalojamento do campo de Calais como uma "operação humanitária" para proteger "os que têm o status de solicitantes de asilo na França".
Supor que isso pode causar um "fluxo de migrantes em direção à fronteira belga não corresponde à realidade", acrescentou o ministro francês, descartando qualquer ligação dessa medida com a decisão de seu governo de restabelecer os controles na fronteira belga após os atentados de 13 de novembro em Paris, que deixaram 130 mortos.
Escrito por Da Redação
Publicado em 25.02.2016, 08:50:56 Editado em 27.04.2020, 19:52:42
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