SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em entrevista publicada nesta terça-feira (23), Bill Gates comparou o polêmico acesso ao iPhone do terrorista de San Bernardino à entrega de dados pessoais frequentemente fornecidos à Justiça.
"Não é diferente [de perguntar] se alguém poderia pedir à companhia de telefonia acesso a suas informações, se alguém poderia pedir acesso a informações bancárias. Digamos que um banco tivesse selado seus computadores e respondesse 'não me faça romper o lacre, porque você me fará rompê-lo outras vezes'", disse o fundador da Microsoft em entrevista ao jornal "Financial Times".
Gates foi questionado pelo jornal sobre o caso judicial que opôs o governo americano à Apple.
Na semana passada, uma decisão da Justiça americana determinou que a empresa auxilie o FBI (polícia federal americana) a driblar uma proteção do iPhone e permitir acesso ao telefone utilizado pelo terrorista Syed Rizwan Farook, responsável, ao lado da mulher Tashfeen Malik, pela morte de 14 pessoas em San Bernardino (Califórnia), em dezembro passado.
A empresa teria que criar uma forma de driblar um mecanismo que apaga as informações do celular após diversas tentativas consecutivas de digitar senhas erradas. Segundo a Apple, o caso pode criar um precedente perigoso e uma tecnologia que permitiriam outras quebras de privacidade no futuro.
O governo americano afirmou, na sexta-feira (19), que o software poderia ficar sob posse da Apple e, após usado no caso de San Bernardino, ser destruído.
"Esse é um caso específico em que o governo pede acesso à informação. Eles não estão pedindo algo geral, estão pedindo por um caso específico", afirmou o fundador da Microsoft ao "Financial Times".
No caso de San Bernardino, a Apple recebeu apoio dos chefes de empresas como Facebook, Twitter e Google.
Escrito por Da Redação
Publicado em 23.02.2016, 14:57:42 Editado em 27.04.2020, 19:52:45
Siga o TNOnline no Google NewsContinua após publicidade
continua após publicidade
Deixe seu comentário sobre: "Bill Gates minimiza polêmica sobre acesso a iPhone de terrorista"