Ataques do EI na Síria matam mais de 140

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Ao menos 146 pessoas morreram e centenas ficaram feridas, neste domingo (21), em uma série de atentados coordenados na Síria e reivindicados pela facção terrorista sunita Estado Islâmico.
No santuário xiita de Sayeda Zeinab, ao sul da capital, Damasco, três ataques deixaram ao menos 87 mortos e 180 feridos.
Horas antes, na cidade de Homs, ao norte de Damasco, a explosão de dois carros-bomba matou pelo menos 59 pessoas e feriu cem -as contas são da organização britânica Observatório Sírio de Direitos Humanos.
Os ataques foram realizados no mesmo dia em que o secretário de Estado americano, John Kerry, anunciou um "acordo provisório" com seu colega russo, Sergei Lavrov, para um cessar-fogo na região. O acordo precisa ser ratificado pelos presidentes Barack Obama e Vladimir Putin.
Segundo o jornal "The Guardian", os dois devem se falar ao telefone ainda nesta semana sobre o assunto.
O diário britânico diz que os russos estão pressionando o ditador sírio, Bashar al-Assad, para que ele também cumpra o cessar-fogo.
Em entrevista coletiva em Amã, na Jordânia, Kerry afirmou que o acordo ainda não está pronto -segundo ele, porque ainda há pontos a serem resolvidos e pela necessidade de negociar com outras partes, como o Irã e a oposição síria.
Assim, ainda que nada deva mudar nos próximos dias, segundo o diplomata, um cessar-fogo "está mais próximo do que jamais esteve".
"Mas a resposta à guerra civil na Síria não será encontrada em qualquer aliança militar com Assad", afirmou.
ATAQUES
Neste domingo, em Damasco, os atentados coincidiram com a saída de uma escola, o que provocou a morte de vários alunos, informou a televisão estatal síria -em países islâmicos, há aulas aos domingos.
De acordo com o Observatório Sírio, um atentado foi com carro-bomba e outros dois com suicidas que detonaram seus explosivos.
Sayeda Zeinab é um importante santuário xiita e abriga o mausoléu de uma das netas do profeta Maomé. No fim de janeiro, ao menos 70 pessoas morreram em um triplo atentado perto desse mesmo santuário, em ataque que também havia sido reivindicado pelo EI.
No último dia 9, a facção realizou um ataque suicida a um clube de policiais de Damasco, deixando pelo menos dez mortos.
Em Homs, neste domingo, as explosões atingiram o distrito de Al-Zahraa, controlado pelo regime de Bashar al-Assad, no qual vivem muitos alauítas (corrente xiita à qual pertence o ditador sírio).
O governador de Homs, Talal al-Barazi, disse à agência de notícias síria Sana que os ataques tinham como alvo a base de apoio ao governo de al-Assad. Para o Observatório Sírio, foi um dos ataques mais mortais na cidade desde que a guerra civil no país começou, há cinco anos.
Nas últimas semanas, as forças de Assad recuperaram o controle de áreas ocupadas por rebeldes e também pelo EI, cujos atentados são vistos como retaliação.
A ofensiva de Assad conta com auxílio fundamental dos bombardeios aéreos promovidos pela Rússia, que se comprometeria a interrompê-los pelo acordo com os EUA.