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Maduro aumenta preço da gasolina em até 6.000% e desvaloriza câmbio

SAMY ADGHIRNI CARACAS, VENEZUELA (FOLHAPRESS) - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta quarta-feira (17) um histórico aumento do preço da gasolina no país - a mais barata do mundo - como medida para combater a crise econômica que ele m

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 17.02.2016, 23:37:36 Editado em 27.04.2020, 19:52:52
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SAMY ADGHIRNI
CARACAS, VENEZUELA (FOLHAPRESS) - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta quarta-feira (17) um histórico aumento do preço da gasolina no país - a mais barata do mundo - como medida para combater a crise econômica que ele mesmo já qualificou de "catastrófica".
O aumento, que veio acompanhado de uma desvalorização cambial e flexibilização no controle de preços, é o primeiro desde 1996 no país, onde o preço do combustível é um tema sensível.
Uma alta anterior, em 1989, havia sido recebida com grandes protestos, conhecidos como "Caracazo", que deixaram centenas de mortos e pavimentaram o caminho para a ascensão política do então tenente-coronel dissidente Hugo Chávez.
Maduro disse que, a partir da próxima sexta-feira (19), um litro de gasolina comum subirá de atuais 0,070 bolívares por litro a 1 bolívar/litro, uma elevação de 1.328,5%. A gasolina aditivada salta de 0,097 bolívares para 6 bolívares/litro, em alta de 6.085%.
Isso representa um aumento considerável em termos relativos. Mas encher o tanque de um carro médio continuará custando menos que uma maçã ou uma empanada. Na taxa de câmbio paralelo usada por particulares, em que US$ 1 equivale a 1.000 bolívares, 50 litros de gasolina saem por US$ 0,05 (R$ 0,19, pelo câmbio desta quarta). Como comparação, o litro da gasolina nos postos de São Paulo custa em torno de R$ 3,50.
Maduro disse que a medida é necessária para cobrir os custos de produção da gasolina e melhorar a gestão da estatal petroleira PDVSA, detentora das maiores reservas mundiais de óleo bruto. Subsídios à gasolina custam ao Estado ao menos US$ 12,5 bilhões.
"Cobrar mais pela gasolina é uma necessidade. A gorjeta do frentista é maior do que se paga para encher o tanque", disse Maduro, que falou por quase cinco horas em rede nacional de rádio e TV.
Ele afirmou que a arrecadação obtida com o alívio dos subsídios financiará as Grandes Missões - programas sociais de moradia, saúde e transporte que são marca registrada do chavismo.
O aumento, já esperado, provocou reações diferentes num posto de gasolina numa zona de classe média de Caracas, onde a Folha esteve. "Já era hora, o sistema era insustentável. Estou disposta a pagar mais se o país melhorar", disse a dona de casa Carlota Morales, 40. Mas o mototaxista Carlos Eduardo, 36, se queixou. "Esse aumento vai pesar no meu bolso. Além disso, afetará todos os outros preços".
A inflação na Venezuela já supera 141%. A população também sofre com desabastecimento generalizado de itens básicos e remédios.
CÂMBIO
Maduro afirmou que a cotação oficial preferencial, com a qual o governo subsidia a maior parte das importações de alimentos e remédios, será desvalorizada de 6,3 bolívares/dólar a 10 bolívares/dólar.
O presidente também anunciou a criação de uma nova taxa flutuante, que começará na cotação de 202 bolívares/dólar.
O salário mínimo passou de 9.649 bolívares para 11.578 bolívares (US$ 11,50, pelo câmbio paralelo).
O presidente, que criticou a oposição por ter rejeitado um decreto de emergência econômica por ele a Assembleia, sob controle antichavista, afirmou que itens do comércio estatal terão aumento "com base em preços reais".
Maduro anunciou, ainda, a a reconfiguração da rede de mercados estatais. Houve poucos detalhes, mas disse que parte da distribuição ficará a cargo dos conselhos comunais, espécie de governos de bairro diretamente ligados ao chavismo.
EMPRESA MILITAR
Maduro, porém, não mencionou a controversa recém-criada Companhia Anônima Militar de Indústrias Mineradoras, Petrolíferas e de Gás (Camimpeg).
A criação do novo órgão, oficializadi no Diário Oficial, é alvo de críticas por entregar a militares a gestão das "atividades lícitas de serviços petrolíferos, gás e exploração de minérios".
Não está claro como ficará a repartição das prerrogativas com a PDVSA.

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