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Líder em ataques por tubarões, Pernambuco está há mais de um ano sem vigiar animais

KLEBER NUNES RECIFE, PE (FOLHAPRESS) - Pernambuco, Estado que lidera o ranking brasileiro de ataques de tubarões, com 62 incidentes e 23 mortes desde 1992, está há mais de um ano sem monitorar esses animais. O convênio entre a UFRPE (Universidade Feder

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 11.02.2016, 20:59:08 Editado em 27.04.2020, 19:53:01
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KLEBER NUNES
RECIFE, PE (FOLHAPRESS) - Pernambuco, Estado que lidera o ranking brasileiro de ataques de tubarões, com 62 incidentes e 23 mortes desde 1992, está há mais de um ano sem monitorar esses animais.
O convênio entre a UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco) e a Secretaria de Defesa Social do Estado para manutenção do projeto Protuba foi encerrado em dezembro de 2014.
O programa mantinha cinco pesquisadores para realizar captura, marcação e soltura dos peixes. Em dez anos, apreendeu mais de 450 tubarões, além de realizar trabalho de educação ambiental e preventivo, segundo o presidente do Cemit (Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões), coronel Clóvis Ramalho.
"No ano passado não registramos nenhum caso de afogamento, o que contribuiu para diminuir as chances de ataque de tubarão", afirma.
Desde que o Protuba foi encerrado, Pernambuco registrou dois ataques, um em Olinda, onde os pesquisadores atuavam, e outro em Fernando do Noronha. Ambos ocorreram em 2015.
No mundo, a tendência é de alta no número de incidentes do tipo, segundo o Arquivo Internacional de Ataques de Tubarão, da Universidade da Flórida (EUA). Em 2015, houve 98 casos, com seis mortes, ante um recorde anterior de 88 casos, em 2000.
Além do crescimento populacional, que aumenta a probabilidade de contato entre humanos e tubarões, os pesquisadores acreditam na influência do aquecimento dos oceanos.
Para a doutora em oceanografia da UFRPE Rosângela Lessa, a falta de monitoramento é preocupante. "É arriscado para o banhista, é ruim para os tubarões também. O projeto, reconhecido mundialmente, gerava conhecimento", afirma.
Segundo o coronel Clóvis Ramalho, o TCE vetou a manutenção de um contrato direto entre o governo e a UFRPE devido ao alto custo para o Estado. Por isso, o convênio não foi renovado.
"No último ano o Protuba consumiu cerca de R$ 800 mil [de recursos públicos]. Em respeito às leis, é preciso passar por uma licitação. Realizamos uma no ano passado, e já estamos com uma pesquisa selecionada."
Ele se refere ao "Monitoramento Automático de Banhistas na Faixa Segura da Praia", do professor Valmir Macário Filho, da UFRPE, que prevê a instalação de um protótipo para identificar os banhistas.
"Se ele atravessar a faixa de segurança, o equipamento emite um aviso para um dispositivo móvel ou computador que deverá ser instalado em postos de guarda-vidas. O bombeiro, então, é acionado para retirar a pessoa da área de risco", explica o pesquisador Macário Filho.
Devido à crise econômica, o projeto, que foi selecionado em setembro do ano passado, ainda não saiu do papel. Para o desenvolvimento do protótipo será preciso investir R$ 31 mil.
O coronel Ramalho diz reconhecer que é preciso retomar o monitoramento de tubarões. Para isso, o Cemit solicitou à Secretaria de Defesa Social R$ 700 mil para a contratação de um barco.
"Com o Protuba foi possível reduzir em 90% o número de ataques de tubarão em nosso litoral. É um modelo exitoso, que foi enviado ao Ibama. Estamos esperando a autorização deles para abrir essa nova licitação", afirmou.
O militar também espera que o governo de Pernambuco garanta recursos para a instalação de 150 placas educativas entre Olinda e Cabo de Santo Agostinho, e mais 20 em Fernando de Noronha.
"A crise tem afetado todos os Estados, mas, mas o governo de Pernambuco se mostrou comprometido em liberar os recursos."

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