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Após impasse sobre embaixador, Brasil tem novo cônsul de Israel em SP

DANIELA KRESCH TEL AVIV, ISRAEL (FOLHAPRESS) - O governo brasileiro pode não ter aprovado o nome do empresário argentino naturalizado brasileiro Dani Dayan para ser o embaixador de Israel em Brasília, mas deu seu consentimento ao nome do próximo cônsul-g

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 11.02.2016, 14:42:12 Editado em 27.04.2020, 19:53:01
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DANIELA KRESCH
TEL AVIV, ISRAEL (FOLHAPRESS) - O governo brasileiro pode não ter aprovado o nome do empresário argentino naturalizado brasileiro Dani Dayan para ser o embaixador de Israel em Brasília, mas deu seu consentimento ao nome do próximo cônsul-geral de Israel em São Paulo.
Ele será Dori Goren, 60, diplomata de carreira do Ministério das Relações Exteriores de Israel com cerca de 30 anos de experiência em cargos no país e no exterior.
O Itamaraty concedeu o "exequatur" (reconhecimento oficial para que um cônsul possa exercer sua função no país) nesta quinta (11) para Goren.
Goren deve ocupar o cargo em São Paulo a partir de julho deste ano, mas a data certa ainda não foi confirmada. Seu nome foi aprovado pelo governo israelense no dia 17 de janeiro. Em seguida, como de praxe, foi enviado ao país hospedeiro.
O nome não foi anunciado publicamente antes por temor de que o governo brasileiro se melindrasse com a divulgação na imprensa antes de que todo o processo diplomático formal fosse realizado.
"Não queríamos que houvesse problemas formais, desta vez", disse à reportagem um funcionário da diplomacia israelense, se referindo ao fato de que o nome de Dani Dayan para a embaixada de Brasília foi anunciado por meio de uma mensagem na rede social Twitter pelo primeiro-ministro e chanceler israelense, Binyamin Netanyahu, e não por canais diplomáticos, o que causou mal-estar entre os dois países.
O envio de Goren acontece em meio ao impasse quanto a Dayan não só por causa do tuíte de Netanyahu. Dayan foi uma indicação política feita por Netanyahu em agosto do ano passado, mas até agora não recebeu o "agrément" (aceitação formal) do Itamaraty. Um dos motivos seria o fato de que Dayan liderou, de 2007 a 2013, o Conselho Yesha (representante dos 500 mil colonos israelenses na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental). O Brasil se opõe a essas colônias.
O assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, disse em janeiro à "TV Brasil" que Israel deu um "passo em falso" ao indicar Dayan por ele ser morador da Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel desde 1967, e ser contrário à criação de um Estado Palestino.
Mesmo assim, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse também em janeiro que Dayan continua sendo o seu indicado para ocupar o cargo de embaixador de Israel em Brasília e que não pretende indicar outro nome.
EXPERIÊNCIA
Dori Goren é um diplomata experiente e é conhecedor da América Latina. Nascido em Jerusalém em 1955, fala português e espanhol fluentemente, fruto de diversos cargos que ocupou na região, como embaixador no Uruguai entre 2009 e 2014, ministro conselheiro na embaixada em Buenos Aires (2000 a 2005) e primeiro-secretário da embaixada em La Paz (1988 a 1990).
Apesar disso, Goren se sente próximo, acima de tudo, ao Brasil. Sua tese de mestrado, por exemplo, teve como título "O Processo de Redemocratização no Brasil 1973-1985". Entre 1987 e 1988, Goren foi segundo secretário da embaixada de Israel em Brasília.
Formado em história e filosofia, Dori Goren tem mestrado em ciências políticas e segurança,
Sua proximidade com a América do Sul começou em 1982, quando passou mais de um ano como mochileiro na região. Entre 1983 e 1984, trabalhou como guia turístico.
Goren vai substituir o atual cônsul em São Paulo, o argentino nacionalizado israelense Yoel Barnea, 65, que está no cargo desde julho de 2013. Diplomata de carreira, Barnea também já havia ocupado um cargo no Brasil anteriormente, como cônsul geral no Rio entre 1994 a 1998 -cargo extinto depois que o consulado foi fechado por cortes de verbas.
Barnea também foi embaixador em Montevidéu (2005-2009) e ocupou outros cargos na América do Sul, como segundo-secretário da embaixada em Santiago do Chile. Ele também trabalhou em outras regiões. Na Costa do Marfim, foi embaixador, em Bonn (Alemanha), foi primeiro-secretário da embaixada israelense e, em Budapeste (Hungria), trabalhou como ministro-conselheiro.

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