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No primeiro encontro cara a cara, Hillary e Sanders têm debate tenso

MARCELO NINIO WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) - Depois meses como franca favorita na corrida democrata à Casa Branca, Hillary Clinton experimentou pela primeira vez o desconforto de sair atrás do placar. Sua reação foi jogar no contra-ataque. No debate tr

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 05.02.2016, 12:04:37 Editado em 27.04.2020, 19:53:10
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MARCELO NINIO
WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) - Depois meses como franca favorita na corrida democrata à Casa Branca, Hillary Clinton experimentou pela primeira vez o desconforto de sair atrás do placar. Sua reação foi jogar no contra-ataque.
No debate travado nesta quinta (4) em New Hampshire, seu oponente, o senador Bernie Sanders, levou a melhor na maior parte, batendo na tecla de sempre, a desigualdade econômica. Hillary teve vantagem quando a discussão foi sobre política externa, onde tem mais experiência.
Foi o primeiro debate cara a cara entre os dois, e de longe o mais intenso. Com a desistência do ex-governador Martin O

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Malley, a disputa virou um duelo de titãs. De um lado, Hillary, há duas décadas sob o olhar público, com a experiência de primeira-dama, senadora e secretária de Estado. De outro, Bernie Sanders, político com mais de 30 anos de estrada, como prefeito, deputado e senador, que despontou como um fenômeno de popularidade, principalmente entre os jovens. O debate foi o último antes da primária de New Hampshire, na terça-feira (9), o segundo teste das urnas para os pré-candidatos. No primeiro, na prévia de Iowa, Hillary saiu vitoriosa por uma margem minúscula. Em New Hampshire, a ex-secretária de Estado briga para perder de pouco: as pesquisas dão entre 13 e 30 pontos percentuais de vantagem para Sanders, que é beneficiado por estar quase em casa, já que construiu sua carreira política no Estado vizinho de Vermont. O ponto mais tenso do debate foi quando Hillary defendeu-se da insistência de Sanders em afirmar que ela não podia ser considerada progressista porque recebeu cachês e doações de Wall Street. A crítica aos excessos do mercado financeiro e o distorções do financiamento de campanha são os carros-chefe da campanha de Sanders. "Já basta. Se você tem algo a dizer, diga diretamente", disparou Hillary, afirmando que jamais mudara de posição ou voto por causa de doações. "É hora de parar à astuta difamação que você e sua campanha vem conduzindo". Surpreso, Sanders arregalou os olhos e balançou a cabeça: "Uuuu...". Mas a ex-secretária de Estado ficou numa saia justa quando o mediador quis saber se ela estaria disposta a divulgar a transcrição das palestras que deu no banco de investimento Goldman Sachs, por polpudos cachês. "Vou dar uma olhada nisso. Não sei o status", disse, sem muita convicção. Com a credibilidade arranhada devido ao uso de um servidor privado para mandar emails de trabalho quando era secretária de Estado, Hillary corre o risco de cair em mais uma polêmica. Centrada em temas domésticos e credenciais ideológicas, a primeira parte do debate favoreceu o veterano senador. Sanders mostrou porque tornou-se um páreo duro para Hillary, com seu discurso consistente e extremamente focado, baseado em ataques à concentração de riqueza nos EUA e na defesa de direitos como sistema universal de saúde e ensino universitário gratuito. E ele faz questão de dar nomes em suas acusações. O mais citado é o banco de investimento Goldman Sachs, segundo ele um exemplo de como a fraude tornou-se o "modelo de negócios" de Wall Street. "O Goldman Sachs foi uma das empresas cuja atividade ilegal ajudou a destruir a economia e arruinar a vida de milhões de americanos", disse, em referência à crise global do subprime, em 2008. Diante de Sanders não estava mais a Hillary confiante e e até brincalhona dos primeiros debates, quando liderava a corrida com folga. Neste primeiro duelo cara a cara com Sanders, Hillary deixou sua zona de conforto, mostrou nervosismo e chegou a gaguejar, algo raro para ela. O discurso de Sanders empurrou Hillary para a esquerda. Ela também criticou Wall Street e deu nomes de empresas que haviam sido salvas por resgates do governo e agora não pagam imposto. De modo geral, a ex-secretária de Estado buscou se firmar como a candidata viável e pragmática, "uma progressista que faz as coisas acontecerem", em contraste com a "revolução política" pregada pelo rival. "Estou lutando por pessoas que não podem esperar por essas mudanças, e eu não faço promessas que não posso cumprir", disse. POLÍTICA EXTERNA Quando o assunto passou a ser política externa, Hillary empatou o jogo. Sanders foi questionado porque quase não falava do tema em sua campanha. O senador respondeu lembrando que votou contra a invasão do Iraque no Congresso, ao contrário de Hillary, e disse que os EUA não podem ser a polícia do mundo. "Eu diria que a principal doutrina de um governo Sanders seria que não podemos continuar a fazer isso sozinhos. Precisamos trabalhar numa coalizão". Mas se atrapalhou e não respondeu se maneria os atuais dez mil soldados americanos no Afeganistão e foi questionado por Hillary sobre seu preparo e experiência em assuntos internacionais. "Pela minha experiência, é preciso estar pronto desde o primeiro dia. Há perigos e ameaças imprevisíveis demais hoje no mundo, você sabe, para dizer apenas, eu vejo isso quando puder. Isso simplesmente não é uma atitude aceitável". Sanders reconheceu que Hillary tem mais currículo que ele em política externa, mas disse que muitas vezes ter julgamento é mais importante que ter experiência. E voltou a lembrar que, ao contrário da oponente, votou contra a guerra no Iraque, "que criou organizações bárbaras como o Estado Islâmico".

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