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PE identifica pela 1ª vez presença de zika em bebês com microcefalia

KLEBER NUNES RECIFE, PE (FOLHAPRESS) - O Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, da Fiocruz, e a Secretaria de Saúde de Pernambuco conseguiram identificar pela primeira vez a presença do vírus da zika em bebês com microcefalia no Estado. Amostras do LCR (

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 03.02.2016, 20:06:24 Editado em 27.04.2020, 19:53:12
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KLEBER NUNES
RECIFE, PE (FOLHAPRESS) - O Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, da Fiocruz, e a Secretaria de Saúde de Pernambuco conseguiram identificar pela primeira vez a presença do vírus da zika em bebês com microcefalia no Estado.
Amostras do LCR (líquido cefalorraquidiano) de 12 bebês com a má-formação revelaram em todos eles a existência de anticorpos recentes contra o vírus, o que comprova que os fetos foram infectados no útero da mãe.
Para os especialistas, o resultado reforça as evidências de que o vírus da zika provoca microcefalia, uma má-formação do cérebro que compromete o desenvolvimento infantil. Os testes foram feitos com reagentes cedidos pelo CDC (centros de controle de doenças), dos Estados Unidos.
"No líquido que foi extraído da medula desses bebês encontramos o IgM, que é um anticorpo incapaz de ultrapassar a placenta. Isso nos leva a constatar que o próprio bebê produziu o anticorpo por ter sido infectado pelo zika depois que a mãe foi picada pelo Aedes aegypti, afirmou Marli Tenório, pesquisadora do Aggeu Magalhães.
Apesar de serem apenas 12 casos confirmados em um universo de 1.447 notificações de microcefalia no Estado, a secretária-executiva de Vigilância em Saúde de Pernambuco, Luciana Albuquerque, diz que o resultado mostra avanços na investigação.
"Vamos continuar fazendo a investigação pela análise do LCR. Não é ainda nada científico [porque precisaria da confirmação de mais casos], mas nos traz evidências muito fortes da correlação do zika com a microcefalia. Temos mais 28 amostras que estão sendo analisadas, e na próxima semana teremos os resultados", disse Albuquerque.
O exame PCR, preconizado pelo protocolo do Ministério da Saúde, só consegue localizar o vírus no organismo entre o quinto e o sétimo dia da infecção no sangue, o que torna seu alcance mais restrito.
Até o momento, os casos de microcefalia vêm sendo confirmados pela medida do perímetro cefálico inferior a 32 centímetros no momento do nascimento, conforme determinação da OMS, e pela presença de calcificações no cérebro, detectadas por meio de exames de imagem. Dentro desses critérios, Pernambuco contabiliza de agosto até esta quarta-feira (3) 153 casos da má-formação.
Dois pesquisadores do CDC estiveram no Brasil em janeiro para dar treinamento para especialistas brasileiros, que hoje estão desenvolvendo a sorologia para o zika no Instituto Evandro Chagas, em Belém. Por enquanto, os reagentes não estão disponíveis comercialmente no Brasil, segundo a pesquisadora Marli Tenório. Isso significa que ainda não é possível usar esse método em larga escala para confirmar a relação entre o zika e a microcefalia.
Luciana Albuquerque afirmou que o CDC se colocou à disposição para fornecer, por meio do Ministério da Saúde, os reagentes para o Brasil. O ministério foi procurado, mas não respondeu até as 19h.
BALANÇO
Desde que a notificação de casos de gestantes que apresentaram exantemas (manchas avermelhadas no corpo) se tornou obrigatória, em 2 de dezembro de 2015, até o dia 30 de janeiro de 2016, 88 municípios de Pernambuco registraram 994 casos. Desse total, dez gestantes tiveram a confirmação de que o feto tem microcefalia.
Em janeiro, Pernambuco registrou 7.120 suspeitas de dengue, 190% a mais do que no mesmo período do ano passado. Desse universo, 723 foram confirmados e nove óbitos estão sob investigação.
Em relação, ao vírus da zika, o Estado notificou 1.068 casos suspeitos, no mês passado, com 14 confirmações.
Da febre chikungunya foram notificados 1.507 casos suspeitos em 87 municípios. Desses, cem foram confirmados. Há uma morte sob investigação.
O mesmo mosquito Aedes aegypti transmite a dengue, a febre chikungunya e o vírus da zika.

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