SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, pediu nesta terça-feira (19) que se mantenha a vigilância para assegurar que as potências mundiais cumpram seus compromissos no acordo nuclear recém-implementado.
Em suas primeiras declarações públicas desde a revogação das sanções internacionais devido ao programa nuclear de Teerã, a autoridade máxima do país também expressou pessimismo em relação às intenções americanas.
Em carta enviada ao presidente Hasan Rowhani e publicada pela mídia estatal, ele pediu ao governo que "tenha cautela até que o outro lado coloque em prática seus compromissos", em referência às potências internacionais.
"Reitero a necessidade de se manter atentos sobre o engano e a traição de países arrogantes, especialmente os EUA, neste assunto e nos outros. Os comentários feitos por alguns políticos americanos são suspeitos", disse.
Khamenei aludia às críticas dos republicanos, adversários do presidente americano, Barack Obama. Eles tentam desde julho minar o acordo nuclear no Congresso por considerar que Teerã não se comprometeria a cumpri-lo.
Outro motivo de preocupação é a continuidade do pacto após 2017, quando Obama deixar a Casa Branca. Diversos pré-candidatos republicanos já afirmaram que pretendem derrubar o acordo assim que assumirem.
ACORDO NUCLEAR
Para Ali Khamenei, o Irã pagou um preço muito alto para concluir o acordo. A República Islâmica se comprometeu a reduzir seu estoque de material atômico, de instalações e centrífugas destinadas ao enriquecimento de urânio.
No sábado (16), a Agência Internacional de Energia Atômica anunciou que o Irã cumpriu por completo a primeira etapa de redução do seu material nuclear. Por isso, Estados Unidos e União Europeia retiraram parte das sanções.
Horas antes, Irã e Estados Unidos fizeram uma troca de prisioneiros. Dentre os americanos libertados pela República Islâmica, estava o jornalista Jason Rezaian, que havia sido condenado por espionagem.
No dia seguinte, porém, os EUA anunciaram sanções sobre 11 indivíduos e empresas envolvidos no fornecimento de tecnologia usada em um teste de mísseis balísticos realizado pelo Irã em outubro. As novas punições foram condenadas por Teerã.
Escrito por Da Redação
Publicado em 19.01.2016, 12:35:33 Editado em 27.04.2020, 19:53:35
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