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Mesmo com reintegração suspensa, grupo reforça barricadas na Vila Soma

VENCESLAU BORLINA FILHO, ENVIADO ESPECIAL SUMARÉ, SP (FOLHAPRESS) - Mesmo após a suspensão da reintegração de posse pelo STF (Supremo Tribunal Federal), a Vila Soma, uma ocupação com cerca de 10 mil pessoas em Sumaré, no interior de São Paulo, amanheceu

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 14.01.2016, 16:43:13 Editado em 27.04.2020, 19:53:40
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VENCESLAU BORLINA FILHO, ENVIADO ESPECIAL
SUMARÉ, SP (FOLHAPRESS) - Mesmo após a suspensão da reintegração de posse pelo STF (Supremo Tribunal Federal), a Vila Soma, uma ocupação com cerca de 10 mil pessoas em Sumaré, no interior de São Paulo, amanheceu nesta quinta-feira (14) com reforços nas barreiras que controlam o acesso à área.
Além de pneus, fogueiras e barracas, foram colocadas carcaças de veículos durante a madrugada na entrada principal da ocupação e também em trilhas para restringir o acesso da Polícia Militar, uma vez que ainda há receio de uma reintegração "surpresa".
O retorno de famílias que se mudaram da ocupação em razão da reintegração também está proibido, segundo o grupo de homens que controlam a entrada e saída de pessoas da ocupação. Veículos estão sendo revistados para saber se trata-se de móveis de pessoas voltando à área.
A suspensão foi concedida na noite desta quarta (13) pelo presidente do STF, Ricardo Lewandowski, após ação da Defensoria Pública de São Paulo. No despacho, o ministro afirmou que a retirada dos ocupantes "poderá catalisar conflitos latentes", diante da falta de informações sobre o reassentamento.
Segundo um dos coordenadores da ocupação, Willian Souza, o temor é que aconteça na Vila Soma algo semelhante ao ocorrido em 2012 na ocupação Pinheirinho, em São José dos Campos, no interior paulista, quando moradores e policiais se confrontaram após a confusa reintegração de posse.
"Estamos felizes com a decisão de suspensão da reintegração de posse pelo STF, mas estamos todos em alerta porque tememos alguma reintegração de última hora com uso da força", disse ele. "Só vamos ficar mais tranquilos no domingo, quando não houver polícia aqui para nos retirar", afirmou.
Souza disse que os moradores planejam uma manifestação para domingo. Eles entraram em marcha pela ocupação, munidos com os escudos de plástico de fabricação própria, pedaços de pau e ferramentas, como forma de demonstrar a resistência pela reintegração de posse da área.
O "exército de contrachoque" formado nos dias anteriores não foi visto pela reportagem na Vila Soma na manhã desta quinta, mas eles estão disponíveis para caso seja necessário. "É um exército simbólico", afirmou Souza.
Sobre os moradores que deixaram a ocupação em razão da reintegração, o coordenador contou que foram cerca de 30 famílias. Ele não falou sobre a proibição de retorno. Afirmou que isso seria discutido em assembleia com moradores, porém, sem data para ocorrer.
Preparado para se mudar nesta quinta, o pedreiro Isaías Fialho, 59, agradeceu a Deus pela suspensão da reintegração de posse e afirmou que vai ficar na ocupação até quando for possível.
"A Vila Soma não pode baixar a guarda de forma alguma. Estamos felizes, mas apreensivos porque não sabemos o que a polícia pode fazer contra nós. Estamos todos em alerta e vamos ficar aqui até encontrar onde morar definitivamente", disse a operadora de telemarketing Monique de Oliveira Assis, 34.
Procurada, a Polícia Militar não se manifestou sobre a suspensão da reintegração de posse e sobre como será sua conduta em relação à ocupação. Em nota, o advogado Rolff Milani de Carvalho, que representa a massa falida dona da área, afirmou que analisa a decisão do STF para tomar medidas adequadas.
A ocupação Vila Soma surgiu em meados de 2012 na área de quase 1 milhão de m² na região central de Sumaré, pertencente à Melhoramentos Agrícola Vifer Ltda. e a Massa Falida da Soma Equipamentos Industriais Ltda.

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