FLÁVIA FOREQUE E GUSTAVO URIBE
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Em ano de eleição municipal, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), cobrou nesta terça-feira (5) o desembolso de verba federal para investimentos na capital do Estado, como obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e do programa Minha Casa Minha Vida. O tema foi tratado em reunião na tarde desta terça (5) com o ministro Jaques Wagner (Casa Civil).
Segundo o prefeito, o governo federal tem uma dívida com a cidade da ordem de R$ 400 milhões, já desembolsados pela prefeitura para obras do PAC. "O que pode mudar é o ritmo das obras. Podemos efetivamente alavancar mais investimento na cidade se houver espaço orçamentário para isso", disse em entrevista.
Haddad afirmou que, em 2015, a prefeitura desembolsou R$ 4,5 bilhões em investimentos, valor ligeiramente superior ao ano anterior (R$ 4,2 bilhões).
O petista ponderou ainda que o município gastou cerca de R$ 700 milhões em desapropriações de terra, agora disponíveis para construção de edifícios do Minha Casa Minha Vida, programa habitacional da presidente Dilma Rousseff. A área disponível é suficiente para receber cerca de 20 mil unidades, segundo o prefeito. "Já que a terra está disponível, nós temos que usá-la. Senão ela vai ser ocupada de outra maneira, não tem vácuo em cidade", argumentou. Segundo o prefeito, os pedidos devem ser respondidos na próxima semana.
Haddad disse ainda que aproveitou o encontro para agradecer decisão do Planalto de permitir que Estados e municípios em dívida com a União façam o refinanciamento sob novas regras. "Já pedi prioridade para São Paulo para poder fazer o aditamento na forma do decreto", afirmou.
A mudança do local da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) e o uso exclusivo do Campo de Marte como heliporto também foram abordados na reunião.
"GENTE BOA E RUIM" NO PT
À frente da principal prefeitura do PT, Haddad fez ressalvas à declaração do ministro da Casa Civil sobre o partido. Em entrevista à Folha de S.Paulo, Wagner afirmou que o partido reproduziu metodologias antigas e se lambuzou.
"Quando você certifica ou criminaliza toda uma agremiação, isso não faz sentido, porque os coletivos estão sujeitos a indivíduos que eventualmente se desviam do bom caminho", afirmou. Haddad argumentou que "existe gente boa e ruim em todas as agremiações humanas".
"Você tem gente boa ruim no PSDB, no PT, no PMDB, no PP. Ética é um atributo individual."
Questionado se o partido continuava competitivo numa eleição, o petista demonstrou otimismo:
"Eu acredito muito na base social que forjou esse projeto. As pessoas que cometeram equívocos não respondem pela maioria de filiados e militantes que acreditam num projeto de Brasil mais justo, com menos desigualdade".
Escrito por Da Redação
Publicado em 05.01.2016, 17:25:34 Editado em 27.04.2020, 19:53:52
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