CRISTINA CAMARGO
SÃO PAULO, SP - Terminou por volta das 17h deste sábado (13) a rebelião na penitenciária de Piraquara, na região metropolitana de Curitiba. Não há registro de mortos ou feridos.
Os detentos de um dos três blocos estavam rebelados desde sexta-feira (12) à tarde. Dois agentes penitenciários foram feitos reféns, mas saíram sem ferimentos após acordo.
Os rebelados eram do bloco 3, que abrigava 325 presos. Eles pediam a transferência de alguns detentos para outras unidades, o benefício do sistema semiaberto e agilização nos alvarás de soltura.
De acordo com a assessoria da Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, foi definido que 43 presos serão transferidos (23 para outras unidades do próprio complexo penitenciário, dez para o interior do Paraná e dez para Santa Catarina, devido a condenações naquele Estado).
Também foram concedidos 20 benefícios de progressão de regime -do fechado para o semiaberto. Outros três presos conseguiram a agilização do alvará de soltura.
O fim do motim foi negociado por representantes da Polícia Militar, Secretaria de Justiça, Defensoria Pública e Vara de Execuções Penais.
Uma funcionária que não quis se identificar disse que houve quebra-quebra no bloco rebelado, mas a informação não é confirmada pela assessoria de imprensa. A polícia está no local para fazer verificar a situação do presídio.
Após o fim da rebelião, os amotinados voltaram por conta própria para as celas. Segundo nota da Secretaria de Justiça, o bloco em que era concentrado o motim era destinado a presos não integrantes de facções criminosas e com perfil "diferenciado", tendo inclusive uma galeria com condenados com curso superior.
A penitenciária foi inaugurada em 2006, tem dois presídios de segurança máxima e é uma das maiores unidades do Paraná, com 1.108 vagas. De acordo com a Secretaria de Justiça, não há superlotação no local.
Além dos agentes, presos de celas especiais também teriam sido feitos reféns pelos rebelados, mas essa informação não foi confirmada oficialmente. Seriam detentos que ficam em celas isoladas porque cometeram crimes como estupro e sofrem ameaças da população carcerária.
Em agosto, uma rebelião terminou com cinco presos mortos na penitenciária de Cascavel, também no Paraná. O presídio foi parcialmente destruído e 800 detentos tiveram de ser transferidos.
Segundo a nota da secretaria, o grande porte dos presídios como os de Cascavel, Cruzeiro do Oeste e da penitenciária estadual de Piraquara é um fator que gera complexidade no controle de rebeliões.
O governo realiza uma investigação sobre todos os motins que aconteceram no Paraná nos últimos meses.
Escrito por Da Redação
Publicado em 13.09.2014, 18:20:00 Editado em 27.04.2020, 20:09:02
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