SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em comunicado enviado nesta quinta-feira (8), a Fina (Federação Internacional de Natação) informou que não considera válida a eleição presidencial da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos), marcada para sexta-feira (9), no Rio.
A CBDA está sob intervenção judicial desde março, quando a diretoria foi afastada por indícios de improbidade administrativa e fraudes em licitações.
A entidade máxima da modalidade justifica que a convocação para votar é ilegítima "uma vez que não é realizada de acordo com a Constituição da CBDA e as regras da Fina".
A Fina baseia-se em dois artigos de seu estatuto para não reconhecer as eleições. Ambos exigem que a gestão de suas filiadas ocorra de forma independente, sem a influência de terceiros.
O artigo 14, atualizado neste ano, prevê que a Fina poderá suspender ou expulsar a confederação nacional que tiver a autonomia ameaçada ou sob interferência de órgãos governamentais.
Resumindo a parte esportiva do imbróglio: se punido, o Brasil pode ficar impedido de ser representado por seus atletas em competições internacionais.
O advogado Gustavo Licks, designado pela Justiça como interventor da CBDA, foi notificado da decisão da Fina.
Ele ocupa temporariamente o posto de Coaracy Nunes Filho, presidente da confederação por 28 anos, preso em abril com base em desdobramentos da Operação Águas Claras, da Polícia Federal, que investiga o desvio de recursos públicos destinados à CBDA.
Nunes está detido em Bangu 8, no Rio, com outros três integrantes de sua gestão: Ricardo de Moura (superintendente), Sérgio Alvarenga (diretor financeiro) e Ricardo Cabral (diretor de polo aquático).
Em princípio, as eleições seguem confirmadas para esta sexta-feira.
As três chapas concorrentes são encabeçadas por Miguel Cagnoni, que comandou a Federação Aquática Paulista por 23 anos, Cyro Delgado, medalhista no revezamento 4 x 200 m livre nos Jogos de Moscou, em 1980, e Jeferson Borges.
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