THIAGO FERNANDES
BELO HORIZONTE, MG (UOL/FOLHAPRESS) - O Cruzeiro não está nada satisfeito com a possibilidade de sua torcida se ausentar da partida de volta da final do Campeonato Mineiro, quando deve enfrentar o Atlético-MG no estádio Independência. O clube acionará a PM e o MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) a fim de ter direito a 10% da capacidade do local em 7 de maio.
Há dois dias, o coronel Schubert Siqueira Campos, chefe do CPE (Comando de Policiamento Especializado) de Belo Horizonte, descartou a possibilidade de realizar clássicos com as duas torcidas no Campo do Horto por questões de segurança. O fato foi considerado precipitado por Bruno Vicintin, vice-presidente de futebol cruzeirense.
"O Cruzeiro mostra preocupação com os fatos acontecidos ontem [25] na reunião [para definir os locais das partidas], onde existiu um direcionamento para, caso o segundo jogo seja no Independência, a torcida do Cruzeiro seja proibida de estar presente. O Cruzeiro vê isso com muita preocupação. Estamos tentando ver com o Fabiano [de Oliveira Costa], nosso diretor jurídico, para marcar audiência com Ministério Público. Nosso rival tem o total direito de mandar o jogo onde eles quiserem, mas a torcida do Cruzeiro tem total direito de assistir à final do campeonato no estádio. O campeonato tem mais de 100 anos e a gente acredita que proibir nossa torcida de assistir ao jogo é o cúmulo do absurdo", afirmou Vicintin.
O dirigente ainda rebateu o argumento de que não há segurança para receber as duas torcidas no estádio: "Cresci e fui aos clássicos no Independência velho; no novo foram investidos mais de 150 milhões de reais de dinheiro público para modernizar o estádio. Acho loucura investir isso e falar que o estádio não tem segurança. O estádio de Muriaé, que foi reformado e cabe cerca de 10 mil pessoas, custou 10 milhões de reais".
"O Cruzeiro tem respeito pela Polícia Militar e vai tentar conversar com o comandante Coronel Schubert. Haverá deslocamento de torcida tanto no Mineirão quanto no Independência. No Mineirão, terão 6 mil atleticanos e, no Independência, haverá menos de 2 mil torcedores cruzeirenses. Tivemos a informação de que foram deslocados mais de 1.100 policiais para o evento da Medalha da Inconfidência. Se esse efetivo for aplicado no clássico, daria quase um policial para cada dois cruzeirenses no estádio" acrescentou o dirigente.
Vicintin ainda cobrou uma decisão do MPMG favorável ao clube: "Vamos ao Ministério Público porque ele atuou na final da Copa do Brasil para defender os interesses da torcida do Atlético para assistirem à final [em 2014], então vamos para lá, acreditando que o Ministério seja um órgão isento, para defender os interesses da torcida do Cruzeiro. O Atlético tem direito de mandar o jogo onde quiser, mas não pode proibir nossa torcida e usar isso como vantagem técnica. É um apelo que a gente faz".
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