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Torcedor que morreu no Morumbi realizava sonho de ir ao estádio

DIEGO SALGADO SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Um dia especial tornou-se um pesadelo em segundos. A inédita ida do torcedor são-paulino Bruno Pereira ao Morumbi terminou numa queda de 25 metros e em sua morte. O trágico final contrasta com o sentimento da

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 27.03.2017, 13:43:00 Editado em 27.03.2017, 13:46:19
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DIEGO SALGADO

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SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Um dia especial tornou-se um pesadelo em segundos. A inédita ida do torcedor são-paulino Bruno Pereira ao Morumbi terminou numa queda de 25 metros e em sua morte. O trágico final contrasta com o sentimento das primeiras horas do domingo: o jovem de 23 anos realizava um sonho ao conhecer o estádio do seu time do coração.

Natural de Pindamonhangaba, interior de São Paulo, o torcedor nunca teve a chance de assistir a uma partida no Morumbi. Embora não fosse fanático pelo São Paulo, ir ao estádio o deixou eufórico desde as primeiras horas da manhã. Bruno viajou à capital paulista em um ônibus, ao lado de dezenas de torcedores da cidade.

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"Todos os lugares estavam lotados. A gente veio se divertindo e ele só falava que o São Paulo ia ganhar. Ele estava feliz", contou Amanda Rangel, 20, amiga do jovem morto, em voz baixa à reportagem do UOL.

Segundo a torcedora, que faz parte da organizada Dragões da Real de Taubaté, Bruno, que não era integrante da torcida, chegou em sua casa às 9h acompanhado de outros três amigos: Pierre, Pedro e Jhony. O grupo se juntaria em seguida à caravana.

"Eles chegaram em casa buzinando. Todos felizes. Diziam para eu correr senão ia perder o ônibus", disse Amanda, que foi quem deu o ingresso a Bruno e Jhony dentro do ônibus. "Entreguei para eles e falei para eles não perderem, porque senão eles não iam conseguir entrar."

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De acordo com Jhony Alan Moraes, amigo de infância de Bruno, o jovem estava realizado ao ver o São Paulo de perto pela primeira vez. "Ele só falava que queria conhecer o Morumbi. Só falava isso, que era o sonho dele", disse o torcedor de 24 anos, cabisbaixo.

Jhony acompanhava Bruno em uma das arquibancadas centrais do Morumbi, assim como Pierre e Pedro. Segundo ele, a queda aconteceu de forma repentina, pois o amigo não contou a intenção de mudar de setor antes mesmo de o jogo entre São Paulo e Corinthians começar.

"Em nenhum momento ele falou que ia pular para o outro lado, ele estava todo tranquilo. Do nada escutei as pessoas falando que alguém tinha caído. Era ele", disse Jhony, inconformado.

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Amanda, por sua vez, estava sentada no setor onde Bruno tentava chegar. Ela conta que estava junto aos quatro amigos até o lugar onde estão localizadas as catracas do estádio."Ficamos juntos até a entrada. Depois cada um foi para um lado da arquibancada", disse.

De acordo com Pierre, o outro amigo do rapaz, o acidente aconteceu após ele escorregar na parte mais alta da divisão, perder o equilíbrio e despencar lá de cima. Com a queda, o torcedor teve fratura exposta em uma das pernas e um grave ferimento na cabeça.

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Ele chegou ao Hospital Municipal do Campo Limpo morto após uma fracassada tentativa de reanimação na ambulância. Perto do portão 17 no Morumbi ficaram apenas as marcas do acidente: um tênis largado, uma barra de ferro amassada e uma grande poça de sangue.

PAI DE DOIS FILHOS

Segundo os amigos, Bruno tinha dois filhos, era separado e morava com os avós na área rural de Pindamonhangaba. Ele serviu ao Exército e foi dispensado em janeiro deste ano. Com isso, passou a ajudar o avô em bicos de pedreiro na cidade.

Bruno, de acordo com relatos, era um jovem extremamente sossegado, avesso às baladas e muito apegado à avó Ana, que o criou desde pequeno. "Ele era um filho para ela", frisou Carlos Bezerra, 35, amigo da família.

Dona Ana, conta ele, vive a terceira tragédia familiar em pouco tempo. Anos atrás, seu filho, tio de Bruno, morreu assassinado. Tempos depois, em 2010, outro filho faleceu em um acidente de moto. "Ela é muito forte e terá de ser de novo", afirmou.

O enterro de Bruno acontecerá em Pindamonhangaba, sem data definida ainda. O pai do jovem, que também mora na área rural da cidade paulista, será responsável por reconhecer o corpo do rapaz no IML (Instituto Médico Legal) nesta segunda-feira (27) -ele viajou a São Paulo nas últimas horas do domingo.

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