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Marcelo Odebrecht diz era 'mendigo' e que Arena Corinthians foi um 'pepino'

CAMILA MATTOSO, LETÍCIA CASADO E BELA MEGALE BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Em depoimento para a Justiça Eleitoral, o ex-presidente e herdeiro do grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht, usou o exemplo da construção da Arena Corinthians para dizer que tinha uma r

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 23.03.2017, 22:55:00 Editado em 23.03.2017, 23:00:07
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CAMILA MATTOSO, LETÍCIA CASADO E BELA MEGALE

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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Em depoimento para a Justiça Eleitoral, o ex-presidente e herdeiro do grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht, usou o exemplo da construção da Arena Corinthians para dizer que tinha uma relação de "mendigo" com o governo federal.

O empresário, que está preso desde junho de 2015 por causa da Operação Lava Jato, relatou que a empreiteira não tinha interesse em entrar no negócio e só realizou as obras para atender pedidos.

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Ele ainda afirmou que o projeto inicial do Itaquerão custaria R$ 200 milhões - ao final, o preço ficou em R$ 985 milhões, sem considerar juros dos empréstimos feitos.

Marcelo também disse que entrou a contragosto no projeto da Vila dos Atletas, que abrigou delegações esportivas durante a Olimpíada no Rio, em 2016.

"A gente não queria entrar na Vila dos Atletas. Era um pepinaço! Não queria entrar na Copa. Não queria entrar em estádio", declarou o empresário ao ministro Herman Benjamin, relator da ação que corre no no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e pede a cassação da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer, na eleição de 2014.

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"A gente só entrou na Arena Corinthians porque o governo tinha prometido financiamento para a realização da Copa do Mundo; aí depois não dão. Aí, eu passo uma grande parte do tempo lutando para conseguir o que eles tinham prometido para a gente entrar", reclamou Marcelo.

E emendou: "Eu era um mendigo, porque eu ia lá [governo] para pedir coisas, na verdade, que eu só entrei porque eles tinham prometido".

O ex-presidente do grupo baiano afirmou ainda que eventos como a Copa e a Olimpíada não teriam acontecido sem a Odebrecht.

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"Sem a Odebrecht, não ia ter Copa, não ia ter Olimpíada. Não ia ter nada".

Outra queixa do ex-executivo é que, quase três anos após a realização da Copa, o Corinthians ainda não pagou o que deve à empreiteira.

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"Moral da história: eu fiz uma coisa que não interessava para a gente. Hoje, estou com um pepino, porque a gente tem uma garantia com a Caixa Econômica Federal] e o Corinthians não paga a gente".

Na audiência, o empresário ainda detalhou como foram as primeiras conversas com políticos para que a empresa assumisse a obra. A reunião foi realizada depois que o estádio do São Paulo, o Morumbi, ficou fora do Mundial.

"Aí tem uma reunião lá e tudo bem, então, vamos fazer o seguinte: vamos transformar o estádio do Corinthians no estádio da abertura da Copa do Mundo. Aí eu tenho um jantar lá em casa com o [governado] Alckmin, o [na época prefeito de São Paulo] Kassab, o Luciano Coutinho, (ininteligível), todo mundo promete fazer a sua parte! E a besta da Odebrecht:'tá bom, então a gente constrói'. No final, todo mundo foge. Aí eu fico pedindo... aí não tem financiamento, nós construímos tudo com dinheiro próprio. E eu tenho horas de reunião com o ministro da Fazenda para pedir coisas que eu só entrei por pedido deles", afirmou.

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ESTRUTURAS PROVISÓRIAS

Entre as reclamações sobre a construção da Arena Corinthians, Marcelo Odebrecht destacou os R$ 100 milhões gastos em estruturas provisórias.

"Só um exemplo claro: aí, o Corinthians lá assume uma responsabilidade de R$ 100 milhões para estruturas provisórias para a Copa. Aí, o Corinthians "não tenho dinheiro". Aí a prefeitura diz que vai pagar e não tem dinheiro. A Copa é daqui a noventa dias; ninguém cuidou das estruturas... eu estou na minha. Não é responsabilidade nossa. 'Aí, não, mas a Odebrecht tem que resolver'. Pô, como é que eu vou resolver?".

E finaliza: "Olha como a gente mete os pés pelas mãos. A gente não tem nada a ver com as estruturas provisórias e eu vou lá e digo: tá bom, então a gente financia e faz a estrutura, tanto é que terminou, desde que a Caixa refinancie a gente".

O empresário disse ainda que "não era o dono do governo", mas o "bobo da corte do governo".

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