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'Que seja só o começo', afirma Joanna Maranhão sobre afastamento na CBDA

PAULO ROBERTO CONDE SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A nadadora Joanna Maranhão, 29, detentora do melhor resultado feminino do país em uma Olimpíada, afirmou ter ficado "muito feliz" com a notícia do afastamento do presidente Coaracy Nunes e de outros quatro

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 25.10.2016, 16:05:17 Editado em 25.10.2016, 16:10:10
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PAULO ROBERTO CONDE

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A nadadora Joanna Maranhão, 29, detentora do melhor resultado feminino do país em uma Olimpíada, afirmou ter ficado "muito feliz" com a notícia do afastamento do presidente Coaracy Nunes e de outros quatro diretores da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos), determinada ontem pela Justiça federal. Cabe recurso à decisão.

A pernambucana, que foi quinta colocada nos 400 m medley nos Jogos de Atenas-2004, contou que esperava por esse desfecho. "Ficava uma esperança de que finalmente as coisas iam começar a aparecer", afirmou.

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Joanna havia prestado, no ano passado, depoimento à procuradora Thaméa Danelon Valongo, do Ministério Público Federal em São Paulo, que conduziu investigação que apurou desvio de cerca de R$ 1,5 milhão em compra de material esportivo em 2014.

"Eu espero que isso seja apenas o começo. Era muito frustrante e cansativo brigar sozinha, sofrer retaliação e ver meus companheiros de seleção se beneficiando desse modelo de gestão. A sensação era horrível", disse a nadadora, que disputou as últimas quatro Olimpíadas.

Ela afirmou que passou a ser contra a atual gestão da confederação porque foi "amadurecendo". "Comecei a problematizar isso e perceber o quanto era injusto. Além das ações, alguns atletas e técnicos tinham toda estrutura, conseguiam tudo que pediam e outros não. Não havia critério", disse, sem citar nomes.

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"É mais do que hora de haver uma alternância de poder e de critério [na CBDA], porque ninguém aguenta mais. Essa questão da liminar é um primeiro passo, porque ainda há muita coisa a ser feita. Eles [diretoria afastada] ainda têm muita força junto ao COB [Comitê Olímpico do Brasil], acredito que junto ao Ministério do Esporte também, porque se não tiver poder não fica por 28 anos", comentou a pernambucana.

O paulista Guilherme Guido, 29, que participou dos 100 m costas e do revezamento 4 x 100 m medley nos Jogos do Rio, disse ter ficado "desapontado" com as acusações do Ministério Público e o consequente afastamento dos diretores.

"Fiquei muito triste. O que deveria ir para os atletas estava tendo um destino totalmente oposto. Luto pelo esporte e pela prática do mesmo e justamente por isso vou contra a todos que não compartilham da mesma ideia", afirmou. "Para mim, o Coaracy sempre foi uma pessoa do bem e me ajudou muito na trajetória da minha carreira."

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Em meio a um cenário difícil dos esportes aquáticos no país, ele afirmou que teme pelo futuro. "Com certeza tenho muito medo. Não por mim, pois tenho somente mais quatro anos de prática na natação até as Olimpíadas de Tóquio-2020. Temo sim pelos atletas da base que estão vindo e que podem por esse e outros motivos acabar desistindo do esporte", concluiu.

O mineiro Henrique Barbosa, 32, também veterano dos Jogos Olímpicos de Pequim-2008 e Londres-2012, apontou que "o cenário desfavorável se torna ainda mais nebuloso quando lemos que os Correios devem mudar a política de patrocínio esportivo, reduzindo os valores para a entidade". 

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Barbosa também deu depoimento à procuradora Thaméa Danelon Valongo durante o processo de apuração do MPF.

OUTRO LADO

Procurado pela Folha de S.Paulo nesta segunda-feira (24), Nunes afirmou que a decisão se trata de um "absurdo" e é uma "palhaçada". "É um absurdo isso. Como um juiz pode declarar afastamento de alguém que não fez nada, não roubou?", disse.

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"Não tem nenhuma prova, porra nenhuma. Eu vou tomar, a partir de amanhã, providências imediatas, porque não esperava essa palhaçada. Isso, para mim, é uma grande palhaçada", emendou.

"Meu nome está sendo achincalhado. Vou tomar as providências, todas as cabíveis. Vou até as últimas consequências."

O advogado da CBDA, Marcelo Franklin, disse à reportagem que pediu, há mais de um mês, vista do processo ao juiz Heraldo Garcia Vitta, mas não foi atendido.

"Sempre tivemos total intenção de esclarecer as acusações. Despachei no dia 22 de setembro com este juiz, e eu tenho documentação que prova que essas acusações são infundadas. E, um mês depois, sai uma liminar violenta como essa", afirmou o advogado.

"Decisão judicial se cumpre, mas também se recorre. Assim que receber a notificação, vamos apresentar as provas e espera-se que essa liminar seja revogada", complementou.

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