CAMILA MATTOSO
BRASILIA, DF (FOLHAPRESS) - A Justiça Federal de São Paulo aceitou denúncia feita pelo Ministério Público Federal contra o atual presidente da Confederação Brasileira de Tênis, Jorge Lacerda. Agora réu, o dirigente responde a acusação de desvio de desvio de dinheiro público.
De acordo com os dois procuradores que assinam a denúncia, Gustavo Torres Soares e Priscila Pinheiro de Carvalho, houve uma fraude por meio de um convênio com o Ministério do Esporte. Ao todo, o presidente responde por ter sumido com R$ 440 mil.
"Mediante expediente fraudulento [confecção de falsos comprovantes de despesas e falsa prestação de contas ao Ministério do Esporte] desviaram recursos para proveito indevido", afirma a denúncia do MPF, ao qual a reportagem teve acesso.
De acordo com os documentos, o desvio teria acontecido durante a organização de um torneio de tênis em 2011. A confederação captou, por meio de um convênio, dinheiro com o ministério para a realização do campeonato, mas mentiu, segundo a acusação, no uso do recurso.
O aluguel da quadra saiu de graça, mas a entidade colocou em notas o valor de R$ 400 mil e deu outro comprovante, no valor de R$ 40 mil, como se houvesse tido reforma no local, o que também não aconteceu, contam os procuradores. Esses valores foram depositados para empresas ligadas ou de posse do próprio denunciado.
Em uma investigação do TCU e do Ministério do Esporte, o desvio também foi detectado, o que obrigou a confederação a devolver o dinheiro, conforme está descrito na denúncia feita. O dinheiro que voltou para a União saiu dos cofres da entidade e não do bolso do acusado.
A Justiça aceitou a acusação no último dia 3 de outubro. A partir de agora, o réu terá que fazer sua defesa. A reportagem tentou contato com o presidente da CBT, mas não conseguiu até o início da tarde desta sexta-feira (7).
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