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Investigação vai apurar se China dopou atletas nos anos 1990

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A IAAF (Associação Internacional das Federações de Atletismo) anunciou nesta sexta-feira (5) que investiga a autenticidade de uma carta divulgada pela mídia chinesa que exporia uma rede de doping no país. A entidade se encon

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 05.02.2016, 17:48:08 Editado em 27.04.2020, 19:53:09
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A IAAF (Associação Internacional das Federações de Atletismo) anunciou nesta sexta-feira (5) que investiga a autenticidade de uma carta divulgada pela mídia chinesa que exporia uma rede de doping no país.
A entidade se encontra atualmente em crise devido aos escândalos com seus dirigentes e a federação russa da modalidade.
O possível esquema envolve a fundista Wang Junxia, detentora dos recordes mundiais dos 3.000 m e 10.000 m no atletismo feminino desde 1993 e campeã olímpica em Atlanta-1996.
Caso comprovada ilicitude, as marcas podem ser anuladas, informou a IAAF.
O site chinês Tencent publicou que Wang escreveu, em 1995, uma carta ao jornalista Zhao Yu na qual relatou que atletas sob orientação do técnico Ma Junren eram forçados a tomar substâncias proibidas.
Junren, inclusive, supostamente ajudaria a aplicar as doses. Outros nove atletas comandados pelo técnico teriam assinado a carta.
Zhao escreveu um livro sobre a chamada "Armada de Ma [Junren]", em referência à equipe comandada pelo treinador, que se destacou na primeira metade da década de 1990.
"É verdade que o técnico Ma nos bateu, nos abusou sexualmente e nos destratou por anos. Também é verdade que ele nos coagiu ou forçou a usar grandes quantidades de substâncias banidas", afirmou a carta, datada de 28 de março de 1995.
A IAAF vai verificar se a carta é autêntica ou não. Nesta sexta, a entidade disse que só tomou conhecimento da situação nesta semana, quando contatada por veículos de comunicação chineses. Ela pediu à federação chinesa de atletismo ajuda para investigar a validade do documento.
"Se um atleta admitiu que, em algum ponto antes de bater um recorde mundial, usou ou levou vantagem de uma substância ou técnica proibida, então esse recorde não será considerado pela IAAF", declarou a entidade, por meio de nota.
Junren e sua equipe foram idolatrados por muitos anos na China devido às conquistas. A sequência de títulos e recordes mundiais despertava suspeitas, mas jamais atletas como Wang foram pegos.
O técnico chegou a dizer, na época, que tudo o que dava à sua principal atleta era sangue de tartaruga, ginseng e fungos.
A "Armada" de Junren se desfez no final de 1994, depois de a seleção chinesa de natação ter vários atletas flagrados e corredores, já fora do programa do técnico, viram seus resultados despencarem.
CONTEXTO
A IAAF está envolta em acusações sobre permitir e até acobertar casos de doping. O ex-presidente da entidade, Lamine Diack, filhos dele e o ex-chefe do departamento antidoping, Gabriel Dollé, também são apontados e investigados por envolvimento nas ilegalidades.
Relatório de comissão independente da WADA (Agência Mundial Antidoping, na sigla em inglês) apontou em novembro a existência de um esquema estatal de doping na Rússia, com participação de atletas, da agência antidoping do país, atletas, técnicos e até do serviço secreto;
A comissão recomendou a suspensão da federação russa de atletismo de todas as competições internacionais, o que foi acatado pelo conselho da IAAF ainda em novembro. Por ora, o atletismo russo está fora dos Jogos Olímpicos do Rio, entre outros eventos.

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