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Taxa de suicídio entre adolescentes subiu 30% aponta OMS

Embora a repercussão envolvendo o jogo Baleia Azul e a série da Netflix, "Os 13 Porquês", esteja perdendo a força, a discussão em torno da depressão na adolescência e a vulnerabilidade que os estados depressivos impõem aos jovens é de suma importância e n

Da Redação

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Publicado em 25.05.2017, 09:20:00 Editado em 25.05.2017, 09:43:59
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Embora a repercussão envolvendo o jogo Baleia Azul e a série da Netflix, "Os 13 Porquês", esteja perdendo a força, a discussão em torno da depressão na adolescência e a vulnerabilidade que os estados depressivos impõem aos jovens é de suma importância e não deve ser desconsiderada. 

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Em 2014, a taxa de suicídio entre os adolescentes aumentou 30%, segundo a Organização Mundial da Saúde, alerta a médica psiquiatra Alexandrina Meleiro, membro da Comissão de Estudo e Prevenção de Suicídio da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e do Conselho Científico da Associação Brasileiras de Apoio aos Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos (ABRATA).

“É alarmante. Devemos aumentar a percepção sobre o comportamento desses jovens”, reforça.

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Na visão dela, o jogo Baleia Azul e a série Os 13 Porquês são, de fato, extremamente preocupantes. No primeiro, o adolescente é induzido a praticar atos de periculosidade crescente e que podem culminar no suicídio do jogador e o segundo, a série, romantiza o suicídio. “O Baleia Azul, por exemplo, pode sim deflagrar uma crise que vem se engendrando silenciosamente no interior desses adolescentes”, diz.

Entretanto, ela lembra que o aumento significativo da depressão e da taxa de suicídio entre adolescentes está diretamente associado a um cenário que vem se formando ao longo do tempo. 

"Os núcleos familiares mudaram muito, com pais separados, sobrecarregados pelas obrigações laborais, o que impacta a qualidade da atenção dada aos filhos. Vemos também um processo de terceirização da educação, dando à escola a incumbência de educar. Além disso, a tecnologia disponibiliza qualquer informação a qualquer público, precipitando, muitas vezes, o contato com realidades que os adolescentes não têm ainda estrutura emocional para lidar”, avalia Alexandrina.

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É neste cenário de intensa pressão emocional externa associada à particularidade do adolescência – um momento de transformações de toda ordem – que o adolescente mais frágil pode sucumbir à angústia. 

“Esses jovens estão extremamente vulneráveis a qualquer chamado, seja ele positivo ou não. Quando são negativos podem deflagrar crises e, eventualmente, terminar em suicídio. A questão do jogo Baleia Azul é pontual. Os jovens já se suicidavam antes disso. Por isso, é preciso estar atento a mudanças importantes no comportamento desses jovens. Isolamento, reclusão, mudança na maneira que se vestem, pensamentos negativos, depreciação, alterações no ciclo do sono, são questões para estar alerta”, explica.

Grupos de Apoio
A psiquiatra sugere aos pais procurar ajuda profissional sempre que necessário. “A participação de um profissional – um psicólogo ou um psiquiatra – com experiência com adolescentes pode ajudar muito os jovens e também os seus pais, definindo um diagnóstico e um eventual tratamento”, diz.

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A ABRATA organiza desde 2015 grupos de apoio específicos para adolescentes portadores de transtornos de humor (depressão e transtorno bipolar). “Tradicionalmente os grupos de apoio que organizamos estão orientados a adultos, mas identificamos um aumento significativo de consultas feitas por adolescentes muito angustiados em busca de ajuda e apoio”, diz a presidente da ABRATA, Neila Campos.

Atualmente o Grupo de Apoio Mútuo para Adolescentes - o GAMA acontece às quintas- feiras, das 19 às 20:30 horas, quinzenalmente na unidade da ABRATA em São Paulo. “É importante deixar claro que não se trata de terapia de grupo, mas um espaço terapêutico onde se pode falar sobre a doença e todo o universo relacionado à ela”, explica a neuropsicóloga Lucy Sposito, uma das facilitadoras que participa dos grupos. “Para participar é necessário fazer inscrição por telefone, e em geral quem faz isso são os pais, que frequentam o Grupo de Apoio Mútuo de Família”.

Segundo Lucy, expor-se não é tarefa fácil para os jovens. “Hoje sabemos que a depressão atinge um número significativo de jovens e essa moçada prefere expor suas experiências e seus sentimentos nas redes sociais. No caso do suicídio, o assunto é falado de maneira franca, pelos jovens que vêm ao grupo, e que de acordo com a frequência, vão estabelecendo uma relação de confiança”, avalia.

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