A internet tem se tornado um ótimo canal de compra e venda de produtos. Diversas pessoas têm usado as redes sociais e sites de anúncios e classificados para divulgarem seus produtos. No entanto, apesar de ser realmente uma boa opção, alguns cuidados devem ser tomados pelo próprio vendedor para não virar isca de assaltantes.
A logística é bem simples, a pessoa geralmente tira uma foto do produto e lança nas plataformas. A partir daí, o internauta tem acesso àquilo que está sendo vendido e contata o anunciante. Eles marcam um encontro para que o produto seja apresentado ou entregue e pronto; a cena do crime está montada.
A Polícia Civil da região já tem registrado alguns assaltados que acontecem a partir de negociações iniciadas na internet. E os índices têm chamado atenção das autoridades já que a internet acabou se tornando um chamariz de bandidos que identificam seus alvos facilmente. Neste mês um morador da cidade de Rolândia teve seu Peugeot 307 roubado por bandidos após mostrar o carro a um possível comprador. O criminoso compareceu no local combinado na companhia de mais dois comparsas e durante um “test drive” anunciaram o assalto.
Outra situação também recente, aconteceu no começo de novembro em Arapongas. A vítima caiu no golpe ao anunciar a venda do seu celular nas redes sociais. Ao marcar um encontro para entregar o aparelho e receber o pagamento, o vendedor acabou tendo o telefone tomado pelo farsante.
Em Apucarana outra ocorrência semelhante foi registrada em março deste ano. O vendedor recebeu uma ligação de uma pessoa interessada em ver seu GM/Montana que foi anunciado na internet e combinou o encontro. No local, o suposto comprador sugeriu que eles dessem uma volta para que ele pudesse dirigir o veículo. Neste momento o criminoso tentou fugir com o carro mas o dono subiu na caçamba e evitou que ele escapasse. Eles acabaram sofrendo um acidente e caindo em um barranco. Nesta situação, o assaltante acabou preso.
O delegado de Polícia Civil de Arapongas, Osnildo Carneiro Lemes alerta as pessoas se atentarem ao perfil dos compradores. “Como em qualquer transação comercial deve-se conhecer quem é o comprador e também o vendedor. Na maioria dos casos as pessoas sequer se informam sobre a idoneidade dos envolvidos”.
Mesmo sendo muitas vezes difícil reconhecer é importante também prestar atenção no perfil dessas pessoas. “Elas geralmente costumam ser educadas, falam e se vestem bem, na tentativa de envolver e enganar suas vítimas”, afirma.
Para os encontros, o delegado sugere que eles sejam sempre marcados em ambientes públicos e até mesmo próximo de locais onde haja maior segurança. “Marque perto de delegacias, sedes da Polícia Militar (PM) e Guarda Municipal (GM), isso com certeza inibe qualquer ação criminosa”. Lemes recomenda também que o caso o encontro seja recusado, a pessoa indique outro lugar ou não compareça, é melhor negar uma segunda tentativa. “Se houver alguns desses indícios é para desconfiar”, pontua.
E as ocorrências são as mais diversas. Além dos roubos de celulares e veículos, muitos têm se aproveitado de vendas de móveis e imóveis para fazer famílias refém e assaltar residências. Ainda de acordo com o delegado situações como estas são ainda mais perigosas. “O ideal é que a intermediação aconteça através de imobiliárias ou corretoras, caso não haja, os cuidados são os mesmos reforçando a questão de ter sempre outras pessoas na companhia”.
Por último, Lemes dá uma dica de segurança que mantém qualquer suspeito em alerta. “Peça identificação da pessoa, documentos, foto, e registre isso, se necessário faça até na frente dela antes de entregar o produto e encaminhe para e-mail ou arquive onde você poderá ter acesso depois”. Segundo ele, ao saber que poderá ser reconhecido, o criminoso pensará duas vezes antes de agir.
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