Uma das profissões mais antigas do mundo, atualmente são poucos profissionais que ainda resistem ao tempo e trabalham como sapateiros. Em sua maioria, os homens que ganham a vida com esse ofício, em grande parte artesanal, estão há muitos anos na profissão, geralmente passada de pai para filho. E em tempo de crise, como atualmente, a demanda de serviço destes profissionais sempre aumenta. Esse é o caso de Roberto Oliveira dos Santos, de 46 anos, e seu filho Rafael da Silva dos Santos, de 22 anos, residentes em Apucarana (norte do Paraná) e radicados há cinco anos no bairro da Igrejinha.
COM O PAI - Roberto conta que começou a aprender a trabalhar com o pai em uma sapataria quando tinha apenas sete anos. "Estou há 39 anos na profissão; está no meu DNA, no sangue mesmo, pois meu bisavô, meu avô e meu pai eram sapateiros e meu filho já trabalha comigo há dez anos. Quando eu me aposentar, ele já me disse que vai continuar na profissão".
Roberto afirmou que até tentou ‘ser’ outra coisa, mas sempre voltou para os sapatos. “Meu negócio é ser sapateiro e não falta serviço aqui, pois a concorrência é pequena e a demanda é grande, principalmente em tempo de crise, como agora. Sustento minha família (a esposa e um casal de filhos) tranquilamente com esse trabalho, graças a Deus; não tenho do que reclamar”.
O sapateiro acrescenta que desde o início de 2015 a procura por reformas de calçados, bolsas e outros itens aumentou cerca de 30%. "Para economizar, a pessoa prefere mandar consertar um bota ou um tênis do que comprar novo. Nós reformamos sapatos, botas, bolsas, tênis e até calças de couro usadas por motociclistas e 70% das pessoas que nos procuram são mulheres", detalha Roberto.
Segundo ele, o preço de cada reforma de calçados, bolsas e outros itens varia, em média, de R$ 5 a R$ 30. "Nesta profissão há uma proximidade com o cliente. Muitas pessoas são minhas clientes há décadas, e se eu mudar de lugar, eles vão onde eu estiver, pois sempre trabalhamos com agilidade, mas sem deixar de lado a qualidade”.
REFERÊNCIA - Filho de Roberto, Rafael da Silva Santos, afirma que se sente honrado em trabalhar com o pai. "Ele é uma referência para mim. Conversamos muito todos os dias e a nossa relação familiar tem uma dimensão que vai muito além da profissional".
Foto: José Luiz Mendes
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