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Com melhora de cenário internacional, Tesouro faz nova captação de US$ 3,5 bi

O governo brasileiro aproveitou a melhora no cenário internacional para fazer ontem uma captação externa de US$ 3,5 bilhões de títulos da dívida externa, com bônus de 5 anos e 10 anos de prazo de vencimento, de acordo com dados do Tesouro Nacional. A oper

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 04.06.2020, 12:00:00 Editado em 04.06.2020, 12:17:26
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O governo brasileiro aproveitou a melhora no cenário internacional para fazer ontem uma captação externa de US$ 3,5 bilhões de títulos da dívida externa, com bônus de 5 anos e 10 anos de prazo de vencimento, de acordo com dados do Tesouro Nacional. A operação teve demanda de até US$ 18 bilhões pelos papéis e animou a área econômica, que viu nisso um sinal de interesse de investidores pelos títulos soberanos do País.

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Foi a primeira emissão do Brasil depois que a pandemia da covid-19 foi decretada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) - que aumentou a aversão ao risco global. O governo foi ao mercado internacional num momento em que vários países já estão saindo do isolamento social, com reação positiva nos mercados. O custo da operação, no entanto, ficou um pouco maior por causa do prêmio de risco na fase pós-covid-19.

O bônus de 5 anos com vencimento em 2025 foi vendido com taxa de retorno de 3% ao ano. Já o bônus de 10 anos foi emitido com taxa de retorno ao investidor de 4% ao ano, mais alta do que papel com mesmo prazo vendido em novembro do ano passado (a 3,8% ao ano).

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Apesar da demanda elevada (US$ 10 bilhões para o bônus de 10 anos e US$ 8 bilhões para o de 5 anos), o governo encurtou o prazo de vencimento da dívida externa. Foi a primeira emissão de um papel da dívida externa de 5 anos desde 2004.

A opção do Tesouro foi não captar num prazo de 30 anos para não "travar" a taxa de juros do papel por um prazo tão longo num momento ainda de grande incerteza. Segundo fontes envolvidas na operação, fazer um lançamento com apenas o prazo de 10 anos poderia aumentar o custo. É que, quanto maior o prazo, maior o custo para o Tesouro. O prêmio de risco teria sido maior, argumentam.

Os investidores que compram esses papéis da dívida pública pagam em dólar ou outras moedas, como euro, e até em reais. Na data do chamado resgate, eles recebem de volta o valor pago ao governo brasileiro. Além disso, o Brasil paga juros a esses investidores, a cada seis meses ou um ano, dependendo do contrato.

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O lançamento de bônus no mercado externo funciona como um leilão: os investidores fazem suas propostas de taxa de juros e quantidade de títulos que desejam receber, e o Tesouro aceita ou não essas ofertas. Os pedidos são feitos aos bancos contratados pelo Tesouro para liderar a operação.

Maior liquidez

Durante a crise gerada pela pandemia, os bancos centrais e os Tesouros de vários países fizeram operações de estímulo monetário, aumentando a liquidez de recursos circulando nos mercados. Isso gerou um mundo de países mais endividado, com empresas mais endividadas e recessão. É de esperar, portanto, que toda esta injeção de liquidez aumente a busca por investimentos mais atrativos, com rentabilidade maior.

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O governo viu na emissão uma oportunidade de mostrar que os investidores estrangeiros continuariam com apetite pelo Brasil, mesmo num cenário de incertezas políticas e alastramento da covid-19. Nas últimas semanas, cresceu a preocupação dos estrangeiros com o País, temor que chegou a ser manifestado a integrantes da própria área econômica do governo.

Nos últimos meses, a saída forte de estrangeiros, que venderam papéis do Tesouro da dívida interna (só em março, a venda foi de R$ 54,59 bilhões), assustou o governo, mas começa a apresentar melhora gradual nas últimas semanas. Ao contrário dos títulos vendidos no mercado doméstico, os bônus lançados no mercado internacional não têm risco da variação cambial nem de conversibilidade da moeda.

Para o economista-chefe da BlueLine Asset, Fabio Akira, o movimento de captação tem mais a ver com o interesse dos investidores globais por ativos que "ficaram para trás" no rally das últimas semanas do que algo mais específico do Brasil. "Depois do rally das Bolsas de países desenvolvidos, os emerging markets ficaram muito defasados e a liquidez continua forte", afirmou. Na sua avaliação, porém, a "aparente" calmaria política local ajuda nesse momento, mas a percepção é de que o fator externo tem sido preponderante nessa melhora.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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