NICOLA PAMPLONA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O MME (Ministério de Minas e Energia) informou nesta segunda (21) que vai propor ao PPI (Programa de Parcerias e Investimentos) a venda de ações da União na Eletrobras, "a exemplo com o que já foi feito com Embraer e Vale".
O governo detém diretamente 40,99% das ações da empresa -o BNDES tem 11,86% e fundos federais, outros 3,45%.
Em nota, o MME argumenta que a venda da fatia da União "trará maior competitividade e agilidade à empresa para gerir suas operações, sem as amarras impostas à estatal".
O ministério não informou, porém, qual seria a fatia colocada à venda, limitando-se a falar em "democratização" da empresa na bolsa. Disse apenas que permanecerá como acionista, com poder de veto em decisões estratégicas -o que ocorreu também no caso das duas empresas já citadas.
A decisão, afirmou o ministério, foi adotada após "profundo diagnóstico sobre o processo em curso de recuperação da empresa".
"Apesar de todo o esforço que vem sendo desenvolvido pela atual gestão, as dívidas e ônus do passado se avolumaram e exigem uma mudança de rota para não comprometer o futuro da empresa", defendeu o MME, em nota.
A empresa vem implementando um plano de corte de custos para tentar reduzir seu endividamento, que fechou o segundo trimestre em R$ 23,4 bilhões.
"Não há espaço para elevação de tarifas nem para aumento de encargos setoriais. Não é mais possível transferir os problemas para a população. A saída está em buscar recursos no mercado de capitais atraindo novos investidores e novos sócios", defendeu o MME.
Também em nota, a Eletrobras anuncia a seus investidores que o governo proporá a "desestatização" da empresa, mas esclarece que a operação depende de autorizações governamentais, avaliação de autorizações legais e regulatórias e do modelo que será seguido.
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