FLAVIA LIMA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, afirmou nesta sexta (4), que as dificuldades fiscais vão permanecer apesar da retomada do crescimento, e que a possibilidade de uma revisão da meta fiscal vai ser avaliada nas próximas semanas. Hoje, o objetivo do governo é entregar um deficit primário de R$ 139 bilhões.
O ministro, que participou de evento na Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), disse que uma das explicações para a dificuldade de recompor receitas é que os setores que estão à frente da reação da atividade têm baixa arrecadação, como os segmentos agrícolas e de exportação.
Segundo Oliveira, há uma "frustração continuada de receitas", como o observado no resultado da segunda rodada da repatriação de recursos externos. Isso acaba impondo "dificuldades", disse.
O ministro excluiu, no entanto, a possibilidade de a meta primária ser substituída neste ano pelo teto estipulado para os gastos, o que daria uma folga maior ao governo.
"Isso não é viável do ponto de vista jurídico e nem existe essa discussão", afirmou.
Quanto a novos aumentos de tributos, disse que a equipe avalia as circunstâncias e as medidas adotadas serão anunciadas assim que houver decisão.
PREVIDÊNCIA
Oliveira disse que acha factível o prazo mencionado na quinta (3) pelo ministro Henrique Meirelles para a aprovação da reforma da Previdência nas duas casas -até outubro-,e disse que a reforma continua sendo a agenda principal da área econômica do governo.
"Vamos tratar da questão dos tempos e dos momentos nas próximas semanas com as lideranças do Congresso", afirmou.
"A reforma é fundamental para a continuidade do crescimento econômico."
Ele também disse que o placar no Congresso sobre o afastamento da denúncia do presidente Michel Temer mostrou força "muito grande do governo", e oferece segurança para avançar nas reformas.
Oliveira disse que o PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre será neutro e a retomada do emprego se fortalecerá no próximo ano.
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