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Publicitários brasileiros no exterior levam cinco Grands Prix em Cannes

MARIANA BARBOSA SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Publicitários brasileiros que fazem carreira fora do país conquistaram 5 dos 24 Grands Prix distribuídos durante o festival internacional de publicidade Cannes Lions, encerrado neste sábado (24). O Grand Prix

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 24.06.2017, 17:15:08 Editado em 24.06.2017, 17:15:08
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MARIANA BARBOSA

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Publicitários brasileiros que fazem carreira fora do país conquistaram 5 dos 24 Grands Prix distribuídos durante o festival internacional de publicidade Cannes Lions, encerrado neste sábado (24).

O Grand Prix é o troféu máximo oferecido em cada uma das 24 categorias, que, por sua vez, contam com diversas subcategorias para as quais é possível ganhar Leões de Ouro, Prata e Bronze.

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Na conta oficial por país, o Brasil obteve 99 Leões (14 Ouros, 33 Pratas e 52 Bronzes) e nenhum Grand Prix. É mais do que no ano passado (90), mas o número de inscrições também subiu (7,7% para 3.020).

Considerando o retorno sobre o investimento, sem entrar no mérito da cor do metal, foram necessárias 30 inscrições para cada troféu que as agências levaram para casa.

O melhor desempenho do Brasil aconteceu em 2013, quando o país levou 115 troféus (incluindo dois GP, sendo um de Titanium, o mais cobicaço) e a Ogilvy Brasil faturou o prêmio de a agência do ano. E é do time da Ogilvy que brilhou em 2013, com a campanha de Dove ("Retrato de Real Beleza"), que vem a maioria dos GPs dos profissionais expatriados.

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Depois do sucesso de Dove, o criativo Anselmo Ramos, que já tinha atuado no exterior, mudou-se para os EUA para fundar a David Miami: neste ano, ele levou dois Grands Prix com campanhas para o Burger King.

Também do time de Anselmo para a Dove em 2013, a dupla Rafael Rizuto e Eduardo Marques, hoje diretores-executivos de criação da agência 180LA, de Los Angeles (EUA), faturou dois GP: Promo & Ativação e o prestigioso GP da categoria Integrated, anunciado neste sábado.

O quinto GP foi para um brasileiro que já está na Europa desde 2008, Miguel Bemfica, diretor criativo global da MRM/McCann na Espanha.

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Bemfica venceu o GP na categoria Entretenimento, com um filme de 17 minutos para o Santander. Exibido em salas de cinema com ingresso pago, "Beyond Money" (Além do Dinheiro) é uma ficção científica ao estilo Black Mirror, com Adriana Ugarte (que fez o último filme de Almodóvar) no papel principal.

NEYMAR

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Para Bemfica, o Brasil pode comemorar os GPs, mesmo não sendo oficiais.

"É como o Neymar jogando no Barcelona. Cada gol que ele faz deixa a gente feliz. A gente treina aqui fora para um dia voltar", afirma o publicitário pernambucano, que um ano antes de deixar o país fundou uma escola de criativos em SP, a Escola Cuca.

"Nossos alunos e ex-alunos estão competindo comigo e já ganharam 26 prêmios em Cannes este ano", comemora.

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Ele segue na metáfora futebolística para explicar o destaque dos brasileiros no exterior.

"Você bate bola na favela, vem aqui para o condomínio e arrasa. O país é uma ótima escola, tem a mídia dentro da agência, talento em abundância e um mercado difícil. A gente aprende a sobreviver na raça."

O sucesso dos brasileiros em Cannes ganhou destaque na mídia especializada nos EUA. Uma semana antes da abertura do festival, a revista "Advertising Age" publicou uma reportagem mostrando que "os brasileiros são os novos suecos" para os headhunters de agência nos EUA.

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Há dez anos fora do Brasil, Rafael Rizuto, 37, saiu de Recife, sua cidade natal, direto para a uma agência no Bahrein.

"Nunca tinha saído do Brasil", recorda. De lá foi para a Ogilvy e depois Leo Burnett, em Dubai.

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Em 2012, passou um ano no time de Anselmo Ramos na Ogilvy em São Paulo, depois foi para a Califórnia trabalhar na Pereira O'Dell, agência de San Francisco que tem como sócio o brasileiro PJ Pereira (que presidente do júri de Entretenimento este ano).

Há dois anos, é diretor-executivo da 180LA. "Não penso em voltar. Minha mulher é americana, está grávida. Me considero um cidadão do mundo."

Em dois anos na 180LA, acumula 20 Leões, incluindo 3 GPs, e atribui o sucesso à diversidade do time que montou.

"Quando cheguei, só tinha americano branco fazendo propaganda tradicional. Hoje temos gente de 28 países, muitas mulheres. "É a prova de que uma equipe diversa melhora o resultado."

Rizuti diz que o brasileiro e o americano têm visões muito diferentes da carreira.

"Nos EUA é mais um trabalho. Para o brasileiro, é um estilo de vida. Tem um amor, uma dedicação. Nossas referências profissionais são celebridades: Nizan Guanaes, Washington Olivetto", afirma.

"E tem a crise que faz a gente tirar leite de pedra. Aprendemos nadando contra a corrente e quando chegamos aqui e vendo o mar a favor, nadamos de braçada."

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