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Pressionada, Maria Silvia reclamava de investigações da PF contra o BNDES

GUSTAVO URIBE, MARINA DIAS E BRUNO BOGHOSSIAN BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Sob críticas de ministros e empresários, a economista Maria Silvia Bastos ensaiava desde a semana passada sua saída do comando do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 26.05.2017, 18:40:06 Editado em 26.05.2017, 18:40:08
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GUSTAVO URIBE, MARINA DIAS E BRUNO BOGHOSSIAN

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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Sob críticas de ministros e empresários, a economista Maria Silvia Bastos ensaiava desde a semana passada sua saída do comando do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Em conversas reservadas, ela reclamava da pressão de empresários e investidores para a liberação de financiamento da instituição financeira e se queixava do desgaste provocado à sua imagem pelas investigações da Polícia Federal sobre operações do banco público.

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Segundo relatos de interlocutores, ela dizia que era complicado lidar com as operações policiais quando não tinha nenhuma relação com as irregularidades supostamente praticadas em gestões anteriores. Ela argumentava que o risco de punição a dirigentes do banco dificultava o andamento de processos de financiamento.

O ponto alto da insatisfação ocorreu no dia 12 de maio, com a deflagração da Operação Bullish, que apura suspeitas de irregularidades na maneira como a instituição financeira aprovou investimentos de R$ 8,1 bilhões na expansão da JBS, maior processadora de carne do mundo.

A JBS é controlada pela J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, que fecharam a delação premiada que colocou o governo Michel Temer em sua maior crise política desde que o peemedebista assumiu o Palácio Planalto, em maio do ano passado.

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A decisão de pedir demissão também foi influenciada pelas reclamações de empresários e investidores pela demora na liberação de financiamento. As queixas, feitas diretamente ao presidente era que o banco público tinha dinheiro, mas dificultava a concessão de empréstimos no ritmo esperado.

Oficialmente, a equipe presidencial respaldava Maria Silvia e dizia que ela estava apenas mudando o mecanismo para emprestar dinheiro, com mais critério para a aprovação de projetos. Nos bastidores, porém, admitia que a gestão do banco estava "cada vez mais difícil".

As críticas contra ela eram vocalizadas, dentro do governo, pelo ministro da Secretaria-Geral, Moreira Franco. Fora do Palácio do Planalto, eram feitas pelo presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, do PMDB, e pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

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Os três mantêm o trânsito do Palácio do Planalto com o setor empresarial e eram, portanto, os principais receptores das críticas do setor à gestão da economista.

O presidente recebeu Maria Silvia na tarde desta sexta-feira (26) no gabinete presidencial e, ao ouvir o pedido de demissão, perguntou se ela teria condições de permanecer no posto mesmo assim, mas não foi capaz de reverter sua saída.

A avaliação no Palácio do Planalto é de que a saída cria uma instabilidade no mercado financeiro, uma vez que Maria Silvia era tida como uma avalista da credibilidade da gestão peemedebista na área econômica, e pode impactar no apoio de setores empresariais ao presidente, que tem sofrido perdas desde a semana passada.

No médio prazo, no entanto, a perspectiva é de que melhore a relação dos setores empresariais com a possibilidade de liberação mais rápida de financiamentos e créditos.

No final da tarde, o presidente chamou o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para tratar a situação do banco público e sobre quais serão os procedimentos de para a substituição de Maria Silvia. A avaliação é de que, por ora, "não há solução óbvia" para a sucessão.

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