NICOLA PAMPLONA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) determinou à JBS que informe quando seus executivos e conselheiros souberam da colaboração premiada dos controladores Joesley e Wesley Batista. A exigência faz parte de investigação aberta pelo xerife do mercado financeiro sobre o caso, que gerou fortes reações no mercado financeiro.
No processo, a CVM questiona ainda a JBS sobre a data de divulgação de fato relevante sobre a colaboração, que ocorreu um dia após o vazamento de conversa gravada entre Joesley e o presidente Michel Temer. O objetivo é saber a razão da demora na divulgação.
Após o anúncio da colaboração premiada dos irmãos Batista, a CVM já abriu sete processos para investigar a JBS. Quer saber, entre outras coisas, se houve uso de informação privilegiadas em operações na Bolsa e com câmbio nos dias anteriores ao vazamento e quem são os donos da Blessed, minoritária da empresa que tem sede em paraísos fiscais.
No processo que questiona divulgações da empresa relacionadas à colaboração, o órgão regulador pede que a JBS detalhe "de que forma e em que momento" diretores e conselheiros tomaram conhecimento da delação premiada e dos comunicados divulgados.
Questiona ainda como os gestores avaliam a divulgação à luz da resolução CVM 358/2002, que estabelece as regras para a comunicação de fatos relevantes ao mercado -determinando, inclusive, que deve ser feita antes ou simultaneamente à veiculação da informação por meios de comunicação.
A empresa tem um prazo de cinco dias úteis, contados a partir da última terça (23), para responder aos questionamentos, sob pena de pagamento de multa de R$ 1.000.
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