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Fundos da JGP ganham com caos no mercado, mas gestor nega ação ilegal

FLAVIA LIMA E DANIELLE BRANT SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em meio ao caos instalado no mercado financeiro na última quinta-feira (18), dois fundos multimercados da gestora carioca JGP conseguiram descolar de seus pares e obter ganhos excepcionais em compa

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 22.05.2017, 14:10:03 Editado em 22.05.2017, 14:10:05
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FLAVIA LIMA E DANIELLE BRANT

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em meio ao caos instalado no mercado financeiro na última quinta-feira (18), dois fundos multimercados da gestora carioca JGP conseguiram descolar de seus pares e obter ganhos excepcionais em comparação com os concorrentes do setor.

Numa sessão em que a Bolsa afundou 8,8% e o dólar disparou 8%, o fundo JGP Max teve valorização de 1,68% em suas cotas e o JGP Strategy ganhou 3,32%. A maioria dos fundos de perfil semelhante teve desvalorização de suas cotas no mesmo dia.

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Maurício Werneck, sócio da gestora JGP, que tem R$ 10 bilhões sob gestão, afirmou à reportagem que os movimentos adotados foram baseados em avaliação pessimista sobre a aprovação das reformas e também no cenário externo turbulento.

Ele negou o uso de informação privilegiada na estratégia dos dois fundos multimercados. No mercado, circularam nos últimos dias rumores de que a gestora teria tido acesso prévio à delação do empresário Joesley Batista e que, por isso, teria alterado a estratégia dos dois fundos.

Werneck ressaltou que a gestora carioca é conhecida por suas posições contrárias às do mercado. Ele afirma que, na segunda-feira passada (15), os dois fundos em questão apostavam na valorização do real, mesma avaliação que a maioria do mercado.

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Na terça-feira, essa posição foi reduzida e, na quarta, invertida. "Trocamos de posição como mudamos de roupa", diz Werneck. Segundo ele, essa posição justificaria o bom desempenho dos fundos em relação aos demais multimercados na quinta-feira.

Ele cita como outro fator importante que contribuiu para o ganho dos fundos a avaliação da gestora de que o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) não faria um corte tão agressivo quanto o esperado pelo mercado na reunião do final de maio.

Com a queda da inflação abaixo do centro da meta, analistas chegaram a estimar uma redução de até 150 pontos-base na Selic, o que levaria a taxa a 9,75% ao ano. "Já não vínhamos surfando com tanta intensidade apostas em queda do juro futuro", afirma.

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Werneck diz que o tamanho da posição dos fundos nem era tão relevante, mas os ganhos foram elevados porque a volatilidade "explodiu."

PESSIMISMO

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Em comunicado mais cedo, a empresa afirmou que a estratégia que vinha adotando era pautada em uma visão mais pessimista do que o mercado em relação à aprovação da reforma da Previdência.

A gestora diz ainda que, em visita a Brasília na semana passada, seu economista-chefe, Fernando Rocha, "constatou algum ceticismo quanto à possibilidade de se obter o número de votos necessário para a aprovação da Reforma da Previdência em plenário, ao contrário do que afirmava o Governo".

Outro fator que teria feito o gestor aumentar suas posições conservadoras foi a possibilidade de impeachment do presidente americano, Donald Trump, que afetou os mercados na semana passada e provocou risco de contágio para o Brasil, indica a nota.

Para refutar a informação de que teria conhecimento antecipado das delações, a JGP afirma que seus fundos de ações tiveram "perdas altíssimas, variando de -6,76% a -8,52%". E que vários de seus fundos de crédito também registraram perdas.

A empresa finaliza o comunicado dizendo que seus advogados tomarão medidas "cabíveis para acionar judicialmente os autores das informações falsas que estão sendo circuladas".

A JGP tem 20 sócios atualmente. O principal acionista é André Jakurski, ex-Pactual.

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