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ATUALIZADA - Ruas bloqueadas, confrontos e clima de feriado marcam o dia de greve

ARTUR RODRIGUES, DHIEGO MAIA, FERNANDA PERRIN, JOANA CUNHA, PAULO SALDAÑA, MAGÊ FLORES, LUCAS VETTORAZZO, LUIZA FRANCO, JOÃO PEDRO PITOMBO, JOSÉ MARQUES, CAROLINA LINHARES, PAULA SPERB, CELSO CALHEIROS E MARCEL RIZZO SÃO PAULO, SP, RIO DE JANEIRO, RJ, BEL

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 28.04.2017, 19:30:08 Editado em 28.04.2017, 19:30:09
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ARTUR RODRIGUES, DHIEGO MAIA, FERNANDA PERRIN, JOANA CUNHA, PAULO SALDAÑA, MAGÊ FLORES, LUCAS VETTORAZZO, LUIZA FRANCO, JOÃO PEDRO PITOMBO, JOSÉ MARQUES, CAROLINA LINHARES, PAULA SPERB, CELSO CALHEIROS E MARCEL RIZZO

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SÃO PAULO, SP, RIO DE JANEIRO, RJ, BELO HORIZONTE, MG, BRASÍLIA, DF, SALVADOR, BA, CURITIBA, PR, PORTO ALEGRE, RS, RECIFE, PE, E FORTALEZA, CE (FOLHAPRESS) - As principais capitais do país viveram clima de feriado nesta sexta-feira (28) com a greve geral convocada pelas centrais sindicais contra as reformas trabalhista e previdenciária.

Com ruas bloqueadas por manifestantes, parte do comércio fechada e ônibus sem circular, muitos trabalhadores não saíram de casa.

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A paralisação dos ônibus foi total em capitais como Curitiba, Salvador e Recife e parcial em São Paulo, no Rio e em Belo Horizonte. O metrô funcionou na maioria das cidades, mas só em alguns trechos.

Lojas ficaram fechadas nas regiões centrais do Rio, Salvador e Fortaleza. Em Curitiba, o comércio começou a abrir a partir do final da manhã. Bancos também não atenderam e chegaram a fechar inclusive os caixas eletrônicos em algumas agências.

De manhã, houve bloqueio de avenidas e estradas em várias cidades que, em alguns casos, terminaram em confrontos.

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Desde o começo da tarde, manifestantes se concentram no largo da Batata, na zona oeste de São Paulo, para um protesto contra as reformas que deve seguir até a casa do presidente MIchel Temer, em Alto de Pinheiros. Também por volta das 17h, a avenida Paulista foi bloqueada nos dois sentidos, por um protesto.

No Rio, também de tarde, bombas de gás e tiros de borracha foram disparados pelos policiais. Os manifestantes revidaram com pedras.

O local era um dos pontos de concentração para outro protesto marcado para as 17h em direção ao centro.

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Segundo a Força Sindical, 40 milhões de pessoas não foram ao trabalho. A produção de automóveis nas fábricas do ABC paulista foi paralisada, de acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. A entidade disse que a adesão dos metalúrgicos que representa foi de 90%.

Vagner Freitas, da CUT, não fez uma estimativa, mas disse que o número de categorias que aderiram e de manifestações mostram que essa é "a maior greve geral da classe trabalhadora".

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Mais cedo, o ministro da Justiça, Osmar Serraglio, questionou o alcance da greve. "Você pega milhares de pessoas obstruídas por 15, 20, 50 pessoas. As pessoas estão querendo ir trabalhar e estão sendo obstruídas", disse o ministro em entrevista à rádio CBN.. "Estamos iniciando o dia, mas aparentemente é uma greve que inexiste."

BLOQUEIOS

No início da manhã, manifestantes fizeram barreiras em estradas e avenidas e houve congestionamentos. Em Salvador, motoristas trafegaram na contramão na avenida Antônio Carlos Magalhães, uma das mais movimentadas da cidade, para fugir dos engarrafamentos.

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De tarde, com as vias liberadas, o trânsito caiu para níveis de feriado. Em São Paulo, o trânsito que chegou a registrar 85 km de filas pela manhã, acima da média para o horário, no início da tarde, era de apenas 1 km, quando a média é de 40 km.

Na capital paulista, a paralisação dos ônibus municipais atinge mais de 60% das linhas. As ligações entre bairro e centro estão inoperantes, mas micro-ônibus circulam entre os bairros da periferia. No metrô, as linhas 1-azul e 2-verde operam parcialmente, a 3-vermelha ficou fechada e 4-amarela e 5-lilás circulam normalmente. A CPTM tem operação parcial em todas as linhas.

Em Porto Alegre, as paradas de ônibus ficaram completamente vazias e quase não havia pedestres nas calçadas. A prefeitura autorizou que vans escolares levassem passageiros, cobrando R$ 5 por pessoa.

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Sem conseguir acessar o metrô em Brasília, o eletrotécnico Nilton César Lima, 35, desistiu de ir ao trabalho. "Não tenho como chegar", afirma ele, que também diz ser a favor da greve geral contra a reforma de Previdência. "Ela só lasca com o trabalhador", diz.

Com a paralisação, motoristas ofertam transporte "pirata" a quem passa na região da rodoviária do Plano Piloto, vazia nessa sexta-feira (28).

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Os aeroportos funcionaram normalmente, com alguns voos atrasados. Já os ônibus intermunicipais e interestaduais ficaram nas garagens em algumas capitais como Salvador.

Na capital baiana, onde 540 ônibus saem da rodoviária todos os dias, apenas três deles deixaram a cidade às 6h, antes do início dos protestos.

O mesmo aconteceu na capital gaúcha. Gilberto Machado, 34, precisou devolver a passagem de R$ 14 que comprou para ir a Novo Hamburgo, na região metropolitana. Como alternativa, Machado conseguiu uma carona.

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CONFRONTOS

Os bloqueios resultaram em confrontos em algumas capitais. Em Natal, um homem tentou furar um bloqueio na rodovia BR-406 e atirou contra os manifestantes. Um advogado foi atingido com tiros na perna, foi socorrido e passa bem.

Em São Paulo, houve confrontos no centro durante o dia. A polícia usou bombas para dispersar manifestantes em locais como a avenida São João e os arredores da praça Ramos. Há ainda relatos de que a PM invadiu o sindicato dos bancários da cidade.

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Em Salvador, onde sindicalistas bloquearam uma avenida que abriga shoppings, torres comerciais e a rodoviária da cidade, manifestantes entraram em confronto com motoristas e mototaxistas.

Os sindicalistas tentaram impedir a circulação dos mototáxis, que serviam de alternativa de transporte com a greve dos rodoviários, mas os mototaxistas reagiram com pedaços de madeira nas mãos.

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Também houve conflito com seguranças após manifestantes queimarem pneus na passarela que dá acesso a uma estação de metrô, que funcionou normalmente nesta sexta.

No Rio, no início da manhã, houve uma briga no saguão do aeroporto Santos Dumont entre taxistas e manifestantes.

Mais tarde, a polícia reprimiu, com balas de borracha, manifestantes da CUT (Central Única dos Trabalhadores) que bloqueavam a via de acesso ao aeroporto Santos Dumont. O ato continuou dentro do saguão até as 11h. Às 18h, o confronto entre policiais militares e manifestantes continuava em vários pontos do Centro do Rio. Quatro ônibus foram incendiados na Lapa.

Duas pessoas que ficaram feridas durante os protestos foram levadas para o Hospital Municipal Souza Aguiar. Segundo a secretaria municipal de Saúde do Rio, os ferimentos são leves.

COMÉRCIO

As lojas operaram parcialmente nas capitais, mas registraram pouco movimento nas ruas. Em Belo Horizonte, muitos comerciantes fecharam as portas no começo da tarde, por falta de movimento.

"Abri na marra, mas não tem movimento. Parece feriado. Vou fechar", disse Raimundo Ferreira, 58, dono de uma loja que vende redes no centro de Fortaleza.

Em São Paulo, lojas de roupas, cafés, cartórios e restaurantes não abriram ou demoraram muito a funcionar. As agências bancárias também não tiveram expediente. Também por falta de segurança, a Biblioteca Mário de Andrade não abriu nesta sexta.

"O movimento caiu 80% hoje", disse o escrevente Alexandre Alves Pereira, 42, do Cartório do 2º Ofício localizado na Avenida São Luís.

Segundo a Alshop, entidade que reúne lojistas de shopping, os centros comerciais abriram normalmente. Em São Paulo, o shopping Pátio Higienópolis, na área central, tinha movimento normal na tarde de sexta. "Foi até melhor que o de costume", disse um funcionário do restaurante Ráscal. Na Clinic Pé, as portas estavam abertas, mas não havia manicures para atender.

Na rua Augusta, o Espaço Itaú de Cinema abriu, mas sentiu queda brusca de espectadores. O café Por um Punhado de Dólares, perto da praça Roosevelt, fechou em apoio à greve. "O dia de faturamento que perdemos, depois damos um jeito de recuperar. Fazendo uma festa, por exemplo", diz Robinho Bernardo, barista e um dos sócios.

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