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'É melhor reduzir 10% da jornada que demitir 10%', diz CEO da Votorantim

NATÁLIA PORTINARI SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Para o CEO da Votorantim S/A, João Miranda, as reformas trabalhista e previdenciária propostas pelo governo Temer são "essenciais" para se ter um "ambiente de negócios mais favorável" no Brasil. "A flexibili

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 26.04.2017, 13:35:07 Editado em 26.04.2017, 13:35:10
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NATÁLIA PORTINARI

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Para o CEO da Votorantim S/A, João Miranda, as reformas trabalhista e previdenciária propostas pelo governo Temer são "essenciais" para se ter um "ambiente de negócios mais favorável" no Brasil.

"A flexibilidade nas leis do trabalho é importante para dar mais segurança para a retomada de empregos", afirma Miranda, que está à frente da corporação de cimento, metais e energia desde 2014.

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O empresário também diz que o trabalho temporário é "ótimo", mas que hoje seu uso é muito restrito, e que "negociações bilaterais com os sindicatos permitem que as empresas se adaptem às circunstâncias econômicas".

"É melhor reduzir a jornada de trabalho em 10% do que demitir 10% dos funcionários em uma situação de crise", exemplifica Miranda. A Votorantim tem 40 mil funcionários, 30 mil deles no Brasil.

A proposta, que tramita na Câmara, prevê um aumento da jornada parcial de 25 para 30 horas semanais, uma modalidade de contratação mais barata para o empregador que a jornada integral.

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Outra vantagem da reforma, para o CEO, é o potencial de reduzir a quantidade de ações trabalhistas. "Não estou dizendo que não existam demandas que são justas. Nós, mesmos, temos um nível de demandas baixo. Mas isso não conflui para a indústria ser produtiva."

Ele também defende a reforma previdenciária, "importante para que o endividamento público federal se estabilize".

CRISE

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A Votorantim S/A amargou um prejuízo de R$ 1,3 bilhão em 2016, devido principalmente à queda de investimentos no setor de construção civil, que diminuiu a demanda por aço e cimento, segundo João Miranda.

"Sentimos mais a crise econômica do que a Lava Jato, porque só 7% do nosso cimento vai para grandes obras de infra-estrutura. Do resto, 65% é destinado ao varejo", afirma.

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"Quando entrei [em 2014], já tínhamos uma percepção de que algo muito ruim estava por vir, e tomamos decisões com base nisso. Hoje, estamos com uma capacidade ociosa grande, como toda a indústria, mas saímos mais eficientes da crise, porque não deixamos de investir", diz o empresário.

Em janeiro de 2016, a Votorantim demitiu mais de 800 empregados e desligou funcionários terceirizados ligados à companhia, devido à queda do preço de níquel no mercado internacional.

A empresa espera voltar a ter lucro em 2018. Uma das apostas é em energia sustentável e aplicações industriais de inteligência artificial e nanotecnologia, objetos de uma feira de tecnologia, a Tech Fair, promovida pela empresa em São Paulo nesta quarta-feira (26).

"A gente vê indicadores de que alguns setores estão se estabilizando e podem voltar a crescer esse ano, mas não será o caso da indústria, no nosso melhor entender. O setor de base da economia demora mais que o consumo para se reerguer", afirma Miranda.

Uma das apostas da empresa é o zinco, que correspondeu a 24% das receitas da Votorantim em 2016. "Prevemos um balanço favorável ao produtor em longo e médio prazo para o zinco", diz o CEO.

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