RENATA AGOSTINI
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Para o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, a retomada do crescimento está muito próxima e, em 2017, o país verá "dois anos em um".
"O segundo semestre vai ser muito diferente do primeiro. Esse ano cresce 0,5% no PIB [produto interno bruto]. Mas, de julho desse ano até junho do que vem, [o PIB] cresce 3,5% ou 3,6%", afirmou durante evento do Bradesco nesta terça (4) em São Paulo.
Trabuco disse que a inadimplência parou de subir, mas manteve-se em um "patamar elevado", o que trava a queda dos juros cobrados pelos bancos.
Ele afirmou que ainda há um processo longo pela frente para que o país tenha juros bancários estruturalmente mais baixos.
"Falta rever o montante do direcionamento, o volume do compulsório, que no Brasil é muito alto, a cunha fiscal. Mas isso é um processo de evolução", afirmou. "A tendencia é de queda, mas esse é um processo".
Segundo ele, a queda da inflação vai ajudar a liberar parte da renda das famílias, já que a correção dos salários tem sido maior que a alta nos preços dos alimentos.
Apesar disso, em sua avaliação, a expansão do crédito ocorrerá a partir do aumento da taxa de investimento e não do consumo.
Para Trabuco, as famílias ainda estão temerosas com a situação do mercado de trabalho e, por isso, sem disposição para tomar novos financiamentos bancários.
"O desemprego ou a perspectiva de desemprego faz com que as pessoas não tenham grande apetite por crédito. Porque todo mundo tem, mesmo que intuitivamente, a sua educação financeira", afirmou.
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