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Estatal saudita diz que Embraer pagou propina em compra de 3 aviões

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A petroleira estatal Saudi Aramco, da Arábia Saudita, disse nesta sexta-feira (28) que uma auditoria interna realizada em 2012 revelou irregularidades em uma transação envolvendo a companhia e a fabricante brasileira de aviões

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 28.10.2016, 12:20:25 Editado em 28.10.2016, 12:25:09
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A petroleira estatal Saudi Aramco, da Arábia Saudita, disse nesta sexta-feira (28) que uma auditoria interna realizada em 2012 revelou irregularidades em uma transação envolvendo a companhia e a fabricante brasileira de aviões Embraer.

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A Saudi Aramco informou que um de seus empregados recebeu propina da Embraer para facilitar a compra de três aeronaves e que a companhia brasileira foi excluída de qualquer negócio desde então e no futuro.

Nesta semana, a Embraer fechou acordo para pagar multa de US$ 206 milhões para encerrar um caso de corrupção que vinha sendo investigado pelas Justiças dos EUA e do Brasil. As autoridades concluíram que a empresa pagou propina em negociações feitas na Índia, Arábia Saudita, República Dominicana e Moçambique.

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Além da punição financeira, a Embraer terá de adotar normas de "compliance" (medidas anticorrupção) e será fiscalizada por dois monitores externos, um brasileiro e outro norte-americano.

O acordo foi assinado entre a Embraer, o Departamento de Justiça dos EUA, a SEC (órgão que regula o mercado de capitais norte-americano), o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro e a CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

O valor é superior ao previsto inicialmente. Em junho, a Embraer divulgou que havia separado US$ 200 milhões para pagar multas decorrentes do processo.

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NA MIRA

A Justiça americana investigava a empresa desde 2010 por causa da venda de aviões militares para a República Dominicana. Em 2008, a companhia brasileira pagou US$ 3,5 milhões em suborno para um coronel reformado da Força Aérea dominicana no processo da venda de oito aviões militares Super Tucanos, por US$ 92 milhões.

Pelo menos 10 executivos do alto escalão da Embraer se envolveram diretamente no pagamento de propina para vender aviões no exterior. Desse grupo, dois ainda trabalham na empresa.

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Levantamento feito pela Folha de S.Paulo nos anexos do acordo selado pela Embraer com autoridades no Brasil e nos Estados Unidos identificou vice-presidentes e diretores das áreas de aviação comercial, defesa e segurança, jatos executivos, além do próprio departamento jurídico.

Na avaliação do Departamento de Justiça (DOJ) dos EUA, a Embraer está punindo "parcialmente" os responsáveis. O órgão enfatiza que a empresa "deixou de disciplinar um executivo sênior que sabia das discussões de propina por e-mail" e que "tinha responsabilidade de fiscalizar os demais".

Procurada pela reportagem, a Embraer não revelou a identidade desse executivo e também se recusou a comentar casos específicos dos demais funcionários.

Por enquanto, o Ministério Público brasileiro está investigando apenas os executivos envolvidos no pagamento de R$ 3,5 milhões em propina na República Dominicana. Investigações sobre os casos na Arábia Saudita, Moçambique e Índia ainda estão em curso.

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