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Mercado se ajusta ao corte de juros, e dólar fica abaixo de R$ 3,14; Bolsa sobe

EULINA OLIVEIRA SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O mercado financeiro doméstico reagiu ao corte de 0,25 ponto porcentual da taxa básica de juros (Selic), para 14% ao ano, definida pelo Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central nesta quarta-feira (

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 20.10.2016, 18:41:31 Editado em 20.10.2016, 18:45:13
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EULINA OLIVEIRA

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O mercado financeiro doméstico reagiu ao corte de 0,25 ponto porcentual da taxa básica de juros (Selic), para 14% ao ano, definida pelo Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central nesta quarta-feira (19).

Embora a maioria dos analistas e investidores esperassem exatamente a redução de 0,25 p.p., boa parte projetava uma queda maior, de 0,50 p.p.. Por esse motivo, houve ajustes no câmbio e no mercado de juros futuros.

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Na contramão do cenário externo, o dólar manteve nesta quinta-feira (20) a trajetória de queda, terminando a sessão abaixo dos R$ 3,14, na menor cotação em mais de dois meses. A moeda brasileira teve a maior valorização global. No mercado de juros futuros, as taxas de curto prazo subiram.

Luiz Eduardo Portella, sócio-gestor do Modal Asset, destaca que o tom mais conservador do comunicado do Copom sobre a Selic surpreendeu. "O BC demonstrou preocupação com a inflação de serviços e com o avanço do ajuste fiscal daqui para a frente, o que pode sinalizar um novo corte de 0,25 p.p. na reunião de novembro", afirma. "Mas, até lá, a tendência é de que a proposta que limita os gastos públicos esteja bem encaminhada no Congresso e de que a inflação continue surpreendendo positivamente, possibilitando um corte de 0,50 p.p.."

Portella lembra ainda que muitas das dúvidas do mercado sobre os próximos passos da política monetária podem ser esclarecidas na ata da reunião do Copom, que sai na próxima terça-feira (25).

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Enquanto a moeda americana subiu frente às principais moedas, refletindo o aumento das apostas de alta dos juros americanos em dezembro, o dólar comercial recuou 1,00%, a R$ 3,1380, menor valor desde 10 de agosto deste ano (R$ 3,1320).

Cleber Alessie, operador de câmbio da corretora H.Commcor, explica que, como o corte da taxa básica de juros foi menor que o previsto por parte do mercado, o dólar ampliou a queda ante o real. "A Selic em um patamar um pouco mais elevado torna o mercado local ainda mais atrativo aos investidores que lucram com a diferença entre os juros baixos lá fora e as altas taxas no Brasil."

A moeda americana caiu frente ao real mesmo com o recuo do petróleo no mercado internacional, que pressiona moedas de países emergentes. O fluxo de dólares para o Brasil também é positivo por causa da aproximação do prazo final para a repatriação de recursos ilegalmente no exterior, no próximo dia 31, dizem analistas e operadores.

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Pela manhã, o BC leiloou 5 mil contratos de swap cambial reverso, equivalentes à compra futura de dólares, no montante de US$ 250 milhões.

No mercado de juros futuros, os contratos de prazo mais curto fecharam em alta. O contrato para janeiro de 2017 subiu de 13,602% para 13,717%, e o contrato para janeiro de 2018 avançou de 11,920% para 12,100%.

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Já o contrato para janeiro de 2021 recuou de 11,090% para 11,070%, refletindo a forte queda do dólar e a menor percepção de risco.

O CDS (credit default swap) brasileiro, outro indicador de percepção de risco e espécie de seguro contra calote, perdia 0,35%, aos 261,967 pontos.

Analistas comentam ainda que segue o otimismo dos investidores em relação à recuperação da economia brasileira, e que a prisão do deputado cassado e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por enquanto, não preocupa o mercado. O humor só deve mudar se Cunha comprometer o governo Temer em uma eventual delação premiada.

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BOLSA

O Ibovespa iniciou o pregão em baixa, com os investidores digerindo o tom mais duro do comunicado do BC após o corte da taxa básica de juros. Entretanto, o principal índice da Bolsa inverteu o sinal, sustentado pela forte alta de quase das ações da Vale. Os papéis do setor financeiro também subiram.

Descolado da Bolsa de Nova York, cujos índices recuaram, o Ibovespa fechou em alta de 0,52%, aos 63.837,85 pontos. Assim, o índice renova a maior pontuação em quatro anos e meio. O giro financeiro foi de R$ 7,6 bilhões.

Segundo operadores, se o corte da Selic tivesse sido de 0,50 ponto percentual, o índice poderia ter subido ainda mais nesta quinta-feira.

Vale PNA ganhou 4,42%, a R$ 17,92, e Vale ON ganhou 2,57%, a R$ 19,10. A produção de minério de ferro da companhia aumentou 1,5% no 3º trimestre. Além disso, os preços da commodity subiram na China.

Os papéis preferenciais da Petrobras subiram 0,68%, a R$ 17,74, enquanto os ordinários caíram 0,15%, a R$ 18,96.

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