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Bolsa se descola do exterior e sobe a 61 mil pontos pela 1ª vez em 25 meses

EULINA OLIVEIRA SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Apesar do mau humor no mercado externo, o Ibovespa fechou em alta nesta sexta-feira, alcançando os 61 mil pontos pela primeira vez em 25 meses, e o dólar caiu ante o real. Os investidores reagiram com otimismo

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 07.10.2016, 18:36:58 Editado em 07.10.2016, 18:40:11
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EULINA OLIVEIRA

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Apesar do mau humor no mercado externo, o Ibovespa fechou em alta nesta sexta-feira, alcançando os 61 mil pontos pela primeira vez em 25 meses, e o dólar caiu ante o real. Os investidores reagiram com otimismo à aprovação, na comissão especial da Câmara, da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que limita os gastos públicos.

Outro motivo que impulsionou o mercado doméstico foi o IPCA, o índice oficial de inflação, de setembro, que ficou bem abaixo das expectativas do mercado e reforçou as apostas de um corte da taxa básica de juros (Selic) ainda neste mês. Os juros futuros e o CDS (credit default swap) brasileiro, indicador de percepção de risco, recuaram.

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Os investidores reagiram ainda às declarações do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Ele afirmou que a desaceleração mais acentuada do que se esperava da inflação em setembro indica que o país "está voltando à normalidade". Ele também elogiou a aprovação da PEC do Teto na comissão especial da Câmara.

Alvaro Bandeira, economista-chefe da Modalmais, destaca que o otimismo com o mercado brasileiro pode ser medido pela volta dos investidores estrangeiros à Bolsa brasileira. "Depois de terem retiraram quase R$ 2 bilhões em setembro da Bolsa, somente nos três primeiros pregões de outubro os estrangeiros já ingressaram com R$ 1,1 bilhão."

No exterior, os mercados reagiram a relatório de emprego dos EUA relativo a setembro, que apontou a criação de 156 mil vagas, bem abaixo das projeções de 172 mil vagas. Inicialmente, o dólar se enfraqueceu com o indicador, mas voltou a ganhar força com a leitura de que o Fed (Federal Reserve, o BC dos EUA) deve elevar mesmo os juros americanos em dezembro.

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"Apesar de o número de vagas criadas nos EUA ter ficado abaixo das expectativas do mercado, a presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester, afirmou que os números foram sólidos, o que manteve as apostas de alta dos juros americanos ainda neste ano", comenta Jefferson Rugik, diretor de câmbio da Correparti Corretora.

Outros dirigentes do Fed também fizeram comentários pró-alta dos juros americanos nesta sexta-feira.

"Em nossa opinião, o relatório de empregos mostrou dados mistos, sinalizando um mercado ainda bem aquecido", escrevem analistas da Guide Investimentos. "O relatório elimina qualquer probabilidade de o Fed subir juros em novembro, mas não se pode descartar a elevação em dezembro."

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A queda de mais de 1,5% do petróleo no mercado internacional também pressionou os mercados globais. A commodity passou a cair após a Rússia contrariar as expectativas e dizer que não deverá assinar acordo com a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) na semana que vem, em Istambul, para limitar a produção.

"Os investidores também estão cautelosos com a eleição presidencial nos EUA, incluindo o debate entre Hillary Clinton e Donald Trump neste domingo", ressalta José Faria Júnior, diretor-técnico da Wagner Investimentos.

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BOLSA

O Ibovespa terminou a sexta-feira em alta de 0,77%, aos 61.108,98 pontos. Foi a maior pontuação desde 3 de setembro de 2014 (61.837,04 pontos). O giro financeiro foi de R$ 8,5 bilhões. Na semana, o índice acumulou ganho de 4,7%.

As ações da Petrobras subiram 1,05%, a R$ 15,26 (PN), e 0,89%, a R$ 16,95 (ON), apesar do recuo do petróleo no mercado internacional. Os papéis ainda reagem à aprovação, pela Câmara, do projeto que desobriga a estatal de ser a única operadora do pré-sal.

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Vale PNA subiu 2,49%, a 16,03 (PNA), e Vale ON ganhou 1,12%, a R$ 18,00. No setor financeiro, Itaú Unibanco PN avançou 0,92%; Bradesco PN, +1,41%; Bradesco ON, +1,53%; Banco do Brasil ON, +2,43%; Santander unit, +2,24%; e BM&FBovespa ON, +1,77%.

CÂMBIO E JUROS

O dólar comercial fechou em queda de 0,18% a R$ 3,2170, e recuou 1,1% no acumulado da semana.

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A moeda americana à vista fechou em queda de 0,15%, a R$ 3,2243. Na semana, a moeda acumulou recuo de 0,63%.

Pela manhã, como tem ocorrido diariamente, o Banco Central leiloou 5 mil contratos de swap cambial reverso, equivalentes à compra futura de dólares, no montante de US$ 250 milhões.

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O mercado de juros futuros refletiu a desaceleração do IPCA de setembro para 0,08%, bem inferior às estimativas de 0,18% e do indicador de agosto (0,44%). É o menor patamar para o mês desde 1998.

O contrato de DI para janeiro de 2017 caiu de 13,701% para 13,660%, e o DI para janeiro de 2018 recuou de 12,010% para 11,960%. O contrato de DI para janeiro de 2017 caiu de 11,330% para 11,250%, para o menor nível em dois anos.

"O IPCA consolidou as apostas de um corte da Selic neste mês de pelo menos 0,25 ponto percentual", avalia José Faria Júnior, da Wagner Investimentos. "Se a PEC do Teto passar no plenário da Câmara, a redução pode ser até 0,50 ponto percentual", acrescenta.

O presidente do BC, Ilan Goldfajn, afirmou nesta sexta-feira que a queda da inflação é uma "surpresa positiva". Ele, no entanto, afirmou que é preciso serenidade porque ainda há muito a ser feito para a recuperação da economia.

O CDS (credit default swap) brasileiro, espécie de seguro contra calote, caía 0,25%, aos 270,908 pontos.

EXTERIOR

Em Nova York, o índice S&P 500 caiu 0,33%, e o Dow Jones, -0,15%. O índice da Bolsa eletrônica Nasdaq perdeu 0,27%.

Na Europa, a Bolsa de Londres fechou em alta de 0,63%; Paris, -0,67%; Frankfurt, -0,74%; Madri, -1,52%; e Milão, -0,52%.

Na Ásia, o índice Nikkei da Bolsa de Tóquio caiu 0,23%. As Bolsas chinesas não operaram nesta semana por causa de um feriado.

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