SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Ao anunciar hoje um plano para desburocratização do agronegócio, o governo reconheceu que o eventual aumento da demanda externa por produtos brasileiros pode fazer com que as mercadorias fiquem mais caras para o consumidor no mercado interno. Apesar do risco, no entanto, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse que esse efeito seria menos danoso para a economia do que uma eventual inflação por falta de produtos, que o país pode enfrentar caso não elimine dificuldades no setor agropecuário. As informações são da Agência Brasil.
Lançado nesta quarta-feira (24) no Palácio do Planalto para reduzir a burocracia e dar mais condições para o agronegócio conquistar mercado no exterior, o Plano Agro + prevê medidas como a facilitação de inspeções em portos, regras mais simples para a rotulagem de produtos de origem animal e para a certificação fitossanitária, e até o aumento da temperatura estipulada para o congelamento de carne suína, o que pode levar a uma redução dos gastos com energia.
Segundo Maggi, os reflexos de uma maior participação dos produtos brasileiros no mercado internacional podem incluir a alta do preço desses produtos nas prateleiras dos supermercados brasileiros. É o caso, inclusive, da carne, que pode subir de preço no Brasil em consequência da recente abertura do mercado dos Estados Unidos para o comércio do produto in natura. A questão das carnes vai seguir o mesmo caminho. Se o Brasil quer ser um país aberto e participante do mercado internacional, em determinados momentos seremos penalizados. Não tenho dúvida disso. Mas em outros momentos seremos beneficiados, ponderou.
Segundo o ministro, a política já demonstrou que controle de preços não é um bom caminho para a sociedade andar. Maggi, no entanto, diz que há outras saídas para o consumidor se esquivar de eventuais aumentos. Se subir o preço da carne bovina, temos frango e suínos para fazer substituições. É nesse caminho que vamos deixar o mercado andar.
Maggi diz não se preocupar com o efeito desses aumentos sobre os índices de inflação.
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