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ATUALIZADA - Presidente do Bradesco vira réu em investigação sobre propina no Carf

GABRIEL MASCARENHAS E RUBENS VALENTE BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A Justiça Federal em Brasília acolheu a denúncia feita pela Procuradoria da República na capital contra o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, e mais nove pessoas suspeitas de negoci

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 28.07.2016, 18:36:08 Editado em 28.07.2016, 18:40:12
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GABRIEL MASCARENHAS E RUBENS VALENTE

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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A Justiça Federal em Brasília acolheu a denúncia feita pela Procuradoria da República na capital contra o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, e mais nove pessoas suspeitas de negociarem pagamento de propina a integrantes do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais).

O Carf é um órgão de recursos contra autuações da Receita Federal. Casos de corrupção nele são investigados pela Operação Zelotes.

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Trabuco e outros dois executivos do banco, o diretor vice-presidente, Domingos Figueiredo de Abreu, e o diretor gerente e de relações com investidores Luiz Carlos Angelotti, já haviam sido indiciados pela Polícia Federal, com base nos mesmos fatos.

A PF, na ocasião, apontou os crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, tráfico de influência, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

A Operação Zelotes suspeita que o banco tenha negociado a contratação de serviços de um escritório que atuava para corromper conselheiros do Carf e livrar ou atenuar multas no órgão.

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O acolhimento da denúncia não significa culpa comprovada ou confirmação das acusações feitas pelo Ministério Público, mas sim que o juiz considerou haver, na fase final da investigação, elementos capazes de dar origem a um processo judicial, durante o qual as testemunhas e acusados serão ouvidos e eventuais provas serão colhidas.

Na decisão pela qual acolheu a denúncia, tomada nesta quarta-feira (27) e divulgada nesta quinta-feira (28), o juiz federal Vallisney Souza Oliveira considerou haver "provas indiciárias robustas" para um "juízo inicial", isto é, a abertura de uma ação penal.

Segundo Oliveira, o Ministério Público Federal descreveu, na denúncia, a "atuação dos agentes públicos participantes da corrupção passiva e suas tratativas, contratos e relacionamentos com outros denunciados e com a alta cúpula -diretores, conselheiro e presidente-, executivos do Banco Bradesco denunciados, conforme os detalhes descritos na peça ministerial para o fim de, ilicitamente, favorecer o referido banco perante o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais do Ministério da Fazenda, mediante solicitação e oferecimento de vantagens indevidas".

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"Ademais, nesse juízo preliminar, não vislumbro qualquer elemento probatório cabal capaz de infirmar [desmentir] a acusação, sem prejuízo da análise particularizada com a eventual contraprova", diz a decisão judicial.

De acordo com o juiz, está demonstrada, "até agora", a "plausibilidade das alegações contidas na denúncia em face da circunstanciada exposição dos fatos tidos por criminosos e as descrições das condutas em correspondência aos documentos constantes" do inquérito policial derivado da Operação Zelotes e os "indícios da autoria delitiva referentes a cada um dos réus" em torno dos delitos de corrupção ativa e passiva relacionados com um processo administrativo no Carf, em "um pedido de compensação de créditos de PIS e Cofins e nos pedidos de revisão tributária".

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Os denunciados terão agora um prazo de 20 dias para poder "arguir preliminares e alegar tudo o que interesse à defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas".

Somente após a conclusão da ação penal, sem prazo para ocorrer, é que a Justiça Federal decidirá sobre as acusações.

Após a divulgação da denúncia, o Bradesco informou que "reitera sua convicção de que nenhuma ilegalidade foi praticada por seus representantes". Acrescenta que vai apresentar seus argumentos ao Judiciário no momento oportuno.

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GRAMPOS

No relatório que embasou o indiciamento, a PF sustenta que, antes de uma das reuniões entre os lobistas e executivos do banco, Trabuco teria aparecido para cumprimentá-los.

Um dos grampos telefônicos da investigação flagrou uma conversa em que o advogado Mario Pagnozzi Junior, apontado pela PF como lobista, conta a Eduardo Cerqueira Leite, ex-chefe da delegacia da Receita em São Paulo, que o presidente do Bradesco agradeceu pelo "empenho em ajudar" o banco.

"Mario disse que em princípio ficou um pouco confuso, mas de uma coisa ele tinha certeza, de que os vice-presidentes que estariam negociando com o grupo do Mario Pagnozzi estariam reportando todas as tratativas para o presidente Trabuco", afirma a PF no documento.

Para a força-tarefa da Zelotes, esse é mais um indício de que Trabuco tinha conhecimento das supostas negociações entre executivos da instituição financeira e lobistas.

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