MACHADO DA COSTA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A dívida pública federal subiu 2,77% em junho, ao passar de R$ 2,878 trilhões para R$ 2,958 trilhões, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (25) pelo Tesouro Nacional.
O principal fator foi o aumento da dívida pública interna, ou seja, os títulos do governo negociados no país. Essa parte da dívida cresceu 3,41%, passando de R$ 2,744 trilhões para R$ 2,837 trilhões. A dívida externa caiu 10,34%, passando de R$ 134,7 bilhões para R$ 120,7 bilhões.
A emissão de títulos da dívida, interna e externa, em junho deste ano somou R$ 61,11 bilhões e foi a maior desde junho de 2015.
De acordo com o Tesouro, o alto volume de emissões se deve a cerca de R$ 90 bilhões em títulos que vencem em julho. Para se antecipar a esses vencimentos, o órgão emite mais títulos para rolar esse volume de pagamentos.
Mesmo com o aumento da dívida, ela ainda está abaixo do que prevê o PAF (Plano Anual de Financiamento). Para 2016, a estimativa é que a dívida fique entre R$ 3,1 trilhões e R$ 3,3 trilhões.
"Estamos em um nível satisfatório em relação ao PAF", afirma Leandro Secunho, coordenador-geral de operações da dívida pública. Em agosto, o PAF será revisto e adequado às metas do governo federal.
O custo médio da dívida caiu entre os meses de maio e junho. Quando observado os últimos 12 meses, em junho, o custo médio ficou em 13,8%, enquanto que em maio estava em 14,25%.
Esse movimento foi impactado pela queda do custo da dívida externa, que há um mês apontava um custo em 12 meses de 18,99% e, em junho, registrou 9,34%. A queda é explicada pela valorização do real frente ao dólar no mês de junho.
Por outro lado, o custo das emissões tem crescido. Na mesma base de comparação em 12 meses, o custo médio das emissões cresceu de 14,31% para 14,42%. Junho registrou o 16º mês seguido de alta nessas taxas.
Secunho afirma que essa tendência deve inverter nos próximos meses. "As taxas das novas emissões estão caindo. Como esse indicador considera a emissão dos últimos 12 meses, há um fator estatístico que impede a queda imediata. Mas a tendência é que esse indicador se reverta nos próximos meses", afirma.
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