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Cenários político e externo fazem Bolsa cair 1,68%; dólar fica estável

EULINA OLIVEIRA SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O afastamento do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RS), determinado por liminar do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki, aumentou o grau de incertezas de investidores

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 05.05.2016, 18:22:31 Editado em 27.04.2020, 19:50:46
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EULINA OLIVEIRA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O afastamento do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RS), determinado por liminar do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki, aumentou o grau de incertezas de investidores quanto ao cenário político. Como consequência, o Ibovespa encerrou o pregão desta quinta-feira (5) em baixa de 1,68%.
Também contribuiu para o movimento a cautela no cenário externo, em meio aos temores de desaceleração da economia global.
O dólar, no entanto, manteve-se praticamente estável ante o real, em mais um dia sem atuação do Banco Central no mercado de câmbio.
Investidores e analistas avaliam as implicações do afastamento de Cunha para um eventual governo sob o comando do atual vice-presidente Michel Temer. Também preocupam as dificuldades que Temer estaria enfrentando para montar um governo pró-mercado.
Em reunião nesta tarde, a maioria dos ministros do STF acompanhou Teori e votou pela suspensão de Cunha do exercício do seu mandato parlamentar e da Presidência da Câmara dos Deputados. O parlamentar é réu na Operação Lava Jato.
O Ibovespa fechou em baixa de 1,68%, aos 51.671,04 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,8 bilhões, mais fraco do que nas duas sessões anteriores.
"As reações de investidores ainda se encontram longe de um consenso, pois ao mesmo tempo em que pode parecer positiva a saída de Cunha, também pode complicar a aprovação de medidas econômicas em eventual governo Temer", afirma a equipe de análise da corretora H.Commcor, em boletim.
Entretanto, para o grupo ligado a Temer, a permanência de Cunha no comando da Câmara dos Deputados só desgastaria a imagem de um eventual governo interino caso a presidente Dilma Rousseff seja suspensa pelo Senado na próxima quarta-feira (11).
Já os analistas da Lerosa Investimentos destacam as incertezas em torno de um eventual governo Temer. "A fala de Temer mencionando que não poderá executar o corte de ministérios inicialmente projetado, e a especulação em torno de um ministério não tão 'notável' assim, incutiu cautela aos investidores, ao sinalizar que a barganha por cargos no governo pode indicar dificuldades para futuras aprovações no Congresso."
Segundo um operador, houve um certo nervosismo no mercado com o fato de o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, ter afirmado que o afastamento de Cunha reforça o argumento do governo para pedir a anulação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no Congresso, por causa da interferência de Cunha no caso. "Com as incertezas, os investidores resolveram realizar ganhos recentes", comenta.
No setor financeiro, Itaú Unibanco PN perdeu 1,49%; Bradesco PN, -2,50%; Banco do Brasil ON, -1,72%; Santander unit, -1,41%; e BM&FBovespa ON, -1,07%.
As ações PNA da Vale recuaram 4,04%, enquanto as ON caíram 4,25%, ainda repercutindo a ação do MPF (Ministério Público Federal) que pede reparação de R$ 155 bilhões pelos estragos causados pelo rompimento da barragem da Samarco em Mariana (MG). A Samarco é controlada pela Vale e pela anglo-australiana BHP Billiton.
Os papéis da Petrobras caíram 1,10% (PN) e 2,46% (ON), apesar da alta de mais de 1% do petróleo no mercado internacional.
DÓLAR E JUROS
O dólar fechou praticamente estável ante o real. A moeda americana à vista caiu 0,02%, cotado a R$ 3,5306, enquanto o dólar comercial recuou 0,01%, a R$ 3,5403.
Pelo segundo dia consecutivo, o Banco Central não realizou leilão de swap cambial reverso, equivalente à compra futura de dólares pela autoridade monetária.
No exterior, o dólar seguiu em alta ante a maior parte das moedas, com a possibilidade de aumento dos juros americanos em junho.
No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 avançou de 13,655% para 13,680%; o DI para janeiro de 2021 recuou de 12,630% para 12,530%. As taxas reagiram à ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central.
"Acreditamos que o Copom esperará maior clareza de que o IPCA de 2016 ficará abaixo do teto da meta (6,5%), o que já nos parece provável, e ancoragem das expectativas de inflação para 2017 ao redor do centro da meta (4,5%), o que só deve ocorrer no início do segundo semestre", escreve André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos. "Desta forma, esperamos que o Comitê inicie um ciclo de relaxamento monetário em outubro e continue em novembro, com dois cortes de 0,50 ponto porcentual, encerrando o ano [com a taxa básica de juros] em 13,25%."
O CDS (credit default swap), espécie de seguro contra calote e indicador da percepção de risco do país, subia 0,63%, aos 346,704 pontos.
EXTERIOR
O mercado externo reagiu a indicadores divulgados nesta quinta-feira que reforçaram as preocupações em relação ao crescimento da economia global.
A atividade do setor de serviços da China desacelerou em abril em relação a março, mas ainda apontando expansão, conforme a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do Caixin/Markit. O indicador caiu para 51,8, de 52,2 em março.
Nos EUA, os pedidos de auxílio-desemprego cresceram para 274.000 na semana passada, acima da projeção da agência Bloomberg de 260.000, levantando dúvidas sobre a força da economia americana.
Nesta sexta-feira (6), saem os dados sobre a criação de vagas no mercado de trabalho americano. Os números são aguardado com cautela pelos investidores.
Na Bolsa de Nova York, o índice o Dow Jones fechou em alta de 0,05%; o S&P 500, -0,02%; e o Nasdaq, -0,18%.
As Bolsas europeias fecharam com sinais mistos, também próximos à estabilidade: Londres (+0,09%); Paris (-0,11%); Frankfurt (+0,24%); Madri (+0,41%); e Milão (-0,07%).
As ações chinesas terminaram em leve alta. A Bolsa de Tóquio não funcionou por conta de um feriado.

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