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Pequenos negócios são antídotos dos shoppings contra baixa ocupação

DIEGO IWATA LIMA SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em 2015, a taxa de vacância (espaços vagos) em shoppings centers chegou a 3,97% do total disponível. Parece pouco, mas o dado divulgado pela Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce) revela um reco

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 28.02.2016, 20:08:09 Editado em 27.04.2020, 19:52:37
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DIEGO IWATA LIMA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em 2015, a taxa de vacância (espaços vagos) em shoppings centers chegou a 3,97% do total disponível. Parece pouco, mas o dado divulgado pela Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce) revela um recorde histórico, e negativo.
Para contornar o problema, tem aumentado o interesse desses espaços em atrair pequenos e médios negócios.
"Nunca imaginei que um dia teria um ponto em um shopping", diz Marcos Haga, da Frutaria Haga, que está há sete meses no Santana Parque Shopping, na zona norte da capital paulista.
O centro comercial criou o chamado "Armazém Santana", voltado para empresas de alimentação que fizeram fama na rua. A ideia é facilitar a estreia de negócios como o Pastel da Maria e a Casa Mathilde, oferecendo condições especiais de negociação de contrato.
"Vendo produtos de baixo valor, não tenho como pagar o mesmo que uma loja de vinhos, que vende garrafas a R$ 1 mil", diz Haga, sem revelar quanto paga de aluguel.
O empresário recebeu mais de dez convites de shoppings após abrir a loja em Santana -todos com condições especiais de locação.
"Quero pelo menos mais uma loja do tipo", diz o varejista, que tem ponto no Mercado Municipal há 15 anos.
Junior Durski, chef e fundador da rede de restaurantes Madero, do Paraná, também tem recebido ofertas com condições especiais.
"Para fechar contratos de cinco anos, há quem me ofereça ficar três anos sem pagar aluguel", afirma ele, que possui cerca de 40 lojas em shoppings em diversas regiões.
Durski prefere não revelar o nome do empreendimento, mas já houve um shopping do Paraná que lhe ofereceu até mesmo arcar com parte de sua folha de pagamentos.
"Eu queria deixar o shopping, pois a loja não era lucrativa. Só fiquei porque a economia com os salários da equipe fez valer a pena", diz.
O empresário é entusiasta dos centros comerciais e atribui a alta taxa de espaços vagos ao desaquecimento da economia brasileira.
"Pago condomínio, mas economizo com segurança e estacionamento, além de ganhar um fluxo de pessoas que vai ao shopping por outros motivos" diz ele.
O Shopping Eldorado, na zona oeste de São Paulo, diz não enfrentar problemas com a taxa de desocupação, que estaria dentro dos padrões normais -entre 2% e 2,5%.
Mesmo assim, segundo o superintendente Sérgio Nagai, o Eldorado ofereceu condições mais favoráveis a empresários que abriram lojas por lá neste ano ou renovaram o contrato.
CAUTELA
Na avaliação do professor Maurício Morgado, do centro de excelência em varejo da FGV/Eaesp, ter uma loja em shopping traz algumas vantagens aos pequenos empresários, como ações promocionais sazonais. Mas há ponderações a serem feitas.
"Apesar de o momento ser favorável aos pequenos negócios, é preciso ser cuidadoso nos cálculos, porque as cláusulas em caso de ruptura costumam ser muito caras."
Morgado recomenda acompanhamento jurídico e conversas com empresários que já tenham lojas no local antes de fechar o negócio.

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