Uma investigação dos Correios em conjunto com a Polícia Federal (PF) apura como uniformes usados por funcionários da empresa estatal brasileira estavam à venda em um estabelecimento comercial paraguaio pelo módico preço de 18 mil Guaranis (cerca de R$ 10 no câmbio atual). A situação foi descoberta há pouco mais de uma semana por um estudante de Medicina brasileiro, quando ele fazia compras em um hipermercado em Assunção, capital do Paraguai.
O universitário afirmou ter alertado a gerente de que eram roupas de uma empresa pública brasileira e mulher de imediato recolheu todas as peças. O estabelecimento comercial teria comprado os uniformes há um mês de uma empresa importadora de vestuário do Paraguai, com a qual não foi possível manter contato. As etiquetas que aparecem nas fotos mostram camisas de duas fábricas de confecções do norte do Paraná: a B2, de Apucarana, e a Janbonés, de Jandaia do Sul.
Versões das empresas
A empresa B2, de Apucarana, negou ter vendido tais camisas para qualquer empresa que não fosse os Correios e assegura que ajuda nas investigações realizadas pela PF. Já a Janbonés, de Jandaia do Sul, relatou ter recebido orientação da empresa estatal no sentido de não se manifestar para não atrapalhar o trabalho da polícia.
Foto: Reprodução / Facebook
Correios
De acordo com o portal da transparência dos Correios, a última vez que uma dessas empresas norte-paranaenses forneceu camisas de uniformes aos Correios foi em 2013. Tal data, e o detalhe de as roupas estarem com a logomarca antiga da estatal brasileira, mudada em 2014, apontam que são uniformes em desuso.
PF não comentou
Os Correios afirmam que “apuram os fatos internamente e com a PF para que sejam punidos quaisquer envolvidos”. Já a Polícia Federal optou por não comentar a situação por hora.
Prática proibida
O advogado João Batista Cardoso alerta que é proibido expor, comercializar e usar roupas com timbres e símbolos de empresas estatais falsos ou verdadeiros, como uniformes de carteiros, de funcionários da Sanepar e da Copel, por exemplo.
Disfarce para criminosos
"O uso de roupas oficiais para disfarçar ações criminosas é um recurso antigo. No sequestro do publicitário Washington Olivetto, por exemplo em dezembro de 2001, cinco homens trajando coletes da Polícia Federal interditaram a passagem do seu veículo, e ele pensou que se tratasse de uma blitz e parou, facilitando a ação dos bandidos", ressalta o advogado.
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