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Abandono da família é a segunda ‘pena’ de mulheres presas

Os dias de visita são de angústia e tristeza para as dezenas de mulheres internas no Minipresídio de Apucarana (norte do Paraná), como ocorre com a maioria das detentas em todas as cidades brasileira. Diferentemente do que acontece na ala masculina, elas

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 10.07.2017, 08:53:00 Editado em 10.07.2017, 17:29:48
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Os dias de visita são de angústia e tristeza para as dezenas de mulheres internas no Minipresídio de Apucarana (norte do Paraná), como ocorre com a maioria das detentas em todas as cidades brasileira. Diferentemente do que acontece na ala masculina, elas sofrem com o abandono dos maridos, companheiros e familiares. Para dar mais dignidade e auxiliar na recuperação das detentas, alguns projetos exclusivos para elas são desenvolvidos na unidade carcerária apucaranense.

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De acordo com dados da Secretaria Municipal da Mulher e Assuntos da Família, o tráfico de drogas continua sendo o principal crime cometido por elas: 59% das mulheres estão presas por conta disso. Na sequência vêm os crimes contra o patrimônio, como furto, roubo e receptação, que acomete cerca de 28% delas. Crimes contra a integridade física, como homicídio e lesão corporal, correspondem a 8%.

Abandono da família é a segunda ‘pena’ de mulheres presas
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A idade das presas varia entre 18 e 55 anos, com média de 28 anos. Cerca de 50% têm esposo ou companheiro. Destas, metade tem o companheiro também preso. Elas possuem, em média, quatro filhos, com idades entre 0 e 9 anos em sua maioria. A escolaridade também é um ponto importante: a maioria não terminou os estudos.Os dados foram obtidos através do projeto Reconstruindo Vidas, desenvolvido pela secretaria desde 2015 e que já foi elogiado pela Justiça e pela polícia. 

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“Essas mulheres estão privadas de liberdade, mas não de direitos. Buscamos garantir que esses direitos sejam respeitados. Não ter nenhuma perspectiva é o que faz com que elas acabem voltando ao crime”, destaca.

O projeto visita a ala feminina do Minipresídio uma vez por semana e desenvolve trabalhos de leitura, religiosidade e artesanato, além de palestras sobre mercado de trabalho, cidadania, entre outros temas. “Uma das características que observamos é que elas praticamente não recebem visita. É muito diferente dos homens presos. Eles sempre têm alguém visitando, pode ser a mãe, a esposa ou companheira. Mas no caso delas, há um verdadeiro abandono”, destaca.

Estruturação
O espaço em que elas ficam é relativamente maior do que o da ala masculina. As presas contam com um fogareiro para cozinhar. No entanto, até recentemente, ficavam 24 horas dentro das celas. No início do ano, através do Conselho da Comunidade, foi levantada uma verba para a construção do solário, possibilitando que elas possam ter banho de sol.O delegado-chefe da 17ª Subdivisão Policial, José Aparecido Jacovós, destaca as peculiaridades da ala feminina. “Uma característica importante é que elas raramente dão problema para a administração penitenciária. Dificilmente acontecem revoltas ou algo do tipo”, diz.

Segundo ele, há uma visão um pouco distorcida do motivo que leva estas mulheres para o mundo do crime. “Muitos dizem que elas são levadas pelo companheiro. Não vejo desta forma. Tanto quanto os homens, elas entram para o crime por vontade própria. Dizer o contrário significa subjugar a mulher, dizer que ela não possui independência”

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