Uma história comovente veio a público recentemente na Argentina. Julia e Cristina, mãe e filha, se reencontraram 42 anos depois de Cristina ter sido vendida por uma parteira. O reencontro emocionante entre as duas só foi possível graças a associação "Irmãs e Mães da Alma". A entidade argentina procura mulheres cujos partos tenham sido realizados pela parteira Mafalda na cidade argentina de Córdoba, a 800 quilômetros de Buenos Aires.
A parteira dizia para as mães que os recém-nascidos vieram ao mundo mortos e vendia os bebês a casais que não podiam ter filhos. Mãe e filha já estiveram juntas duas vezes nas últimas semanas e têm muito o que conversar.
Partos em situação deplorável
Entre 1964 e 1985, a parteira Mafalda entregou de forma ilegal recém-nascidos a casais cujas mulheres não conseguiam engravidar. Os partos eram realizados em sua casa, em condições sanitárias deploráveis.
Expulsa de casa
Julia tinha 23 anos quando engravidou, foi expulsa de casa pelos pais e se viu obrigada a procurar trabalho para se sustentar, a si e à filha que ia nascer. Mudou de cidade, para Córdoba, e foi ter a filha justamente na clínica clandestina de Mafalda.
Em oito de outubro de 1974, Cristina nasceu. Morta, para Julia. A parteira disse-lhe que o bebê tinha nascido já sem vida, mas era mentira. Foi vendido a uma família, como tantos outros que passaram pelas suas mãos.
Largada na rua após o parto
"Julia foi largada na rua, "moribunda", relatou María Gracia Iglesias, funcionária da Secretaria de Direitos Humanos de Córdoba e psicóloga da associação. A moça foi salva e socorrida por um taxista que a levou ao hospital. Sobreviveu mas ficou incapacitada de engravidar outra vez.
Um recente exame de DNA confirmou o que as detalhes das semelhanças físicas levavam a crer. Quando Julia abriu a porta da sala onde Cristina estava à sua espera, ficou imóvel, "antes de abraçar a filha durante dez longos minutos". Além de uma filha, o reencontro revelou ainda que Julia tem seis netos.
Nunca foi julgada
De acordo com a associação"Irmãs e Mães da Alma", a parteira Mafalda morreu em 2012 sem nunca ter sido julgada pelos crimes que cometeu.
A parteira Mafalda nunca foi julgada pelos crimes que cometeu
Foto - Reprodução/Facebook/"Irmãs e Mães da Alma"
Pessoal da associação "Irmãs e Mães da Alma"
Foto - Reprodução/Facebook/"Irmãs e Mães da Alma"
Deixe seu comentário sobre: "Após 42 anos, filha vendida por parteira encontra a mãe"